Publicado 01/03/2022 15:08
Brasília - O Brasil pode sofrer graves consequências devido ao avanço do aquecimento global. Entre elas está a possibilidade do país enfrentar o triplo de inundações, apontou o relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês), divulgado pela ONU na última segunda-feira (28).
O documento alerta ainda que os riscos climáticos estão aparecendo de forma mais veloz e tendem a se tornar mais graves em um prazo ainda menor. E eventos climáticos recentes acendem o alerta. No domingo (27), a cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, chegou a bater 42,9 graus, se tornando a maior temperatura registrada no estado. Há duas semanas, um temporal em Petrópolis matou pelo menos 229 pessoas. No início deste ano, as chuvas também já haviam provocado estragos e tirado vidas em Minas Gerais, Bahia e São Paulo.
Mais vulneráveis serão os mais atingidos
O estudo também concluiu que metade da população mundial é "muito vulnerável" aos impactos cruéis e crescentes da mudança climática, e a inação "criminal" dos governantes ameaça reduzir as poucas possibilidades de um "futuro habitável" no planeta.
"Eu vi muitos relatórios científicos durante minha carreira, mas nenhum como este", reagiu o secretário-geral da ONU Antonio Guterres, que o descreveu como um "atlas do sofrimento humano e uma acusação que aponta para uma liderança falha em termos climáticos".
Questão de sobrevivência
A temperatura do planeta aumentou, em média, +1,1 °C desde a era pré-industrial e o mundo se comprometeu em 2015, com o Acordo de Paris, a limitar o aquecimento abaixo de +2 °C, e se possível de +1,5 °C.
Na primeira parte de seu relatório, publicado em agosto do ano passado, os especialistas do IPCC estimaram que até 2030 - ou seja, dez anos antes do que se pensava - a temperatura atingiria o limite de +1,5 °C.
Antes de um terceiro capítulo previsto para abril sobre as soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o documento publicado nesta segunda-feira destaca que superar, ainda que de maneira temporária a barreira de +1,5 °C, poderia provocar danos "irreversíveis" a ecossistemas frágeis como os polos, as costas e as montanhas, com efeitos em cascata para as comunidades que vivem nestas áreas.
As consequências desastrosas aumentarão com "cada décimo adicional de aquecimento". O relatório também prevê o desaparecimento de 3 a 14% das espécies terrestres e alerta que até 2050 quase um bilhão de pessoas viverão em áreas costeiras de risco.
Na primeira parte de seu relatório, publicado em agosto do ano passado, os especialistas do IPCC estimaram que até 2030 - ou seja, dez anos antes do que se pensava - a temperatura atingiria o limite de +1,5 °C.
Antes de um terceiro capítulo previsto para abril sobre as soluções para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o documento publicado nesta segunda-feira destaca que superar, ainda que de maneira temporária a barreira de +1,5 °C, poderia provocar danos "irreversíveis" a ecossistemas frágeis como os polos, as costas e as montanhas, com efeitos em cascata para as comunidades que vivem nestas áreas.
As consequências desastrosas aumentarão com "cada décimo adicional de aquecimento". O relatório também prevê o desaparecimento de 3 a 14% das espécies terrestres e alerta que até 2050 quase um bilhão de pessoas viverão em áreas costeiras de risco.
*Com informações da AFP
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