Publicado 04/03/2022 18:10
O Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgado, nesta sexta-feira (4), aponta que a curva segue em queda para a população em geral nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), mas, nas crianças, houve uma "ascensão significativa" no mês de fevereiro.
Apenas um dos 26 estados e o Distrito Federal, o Acre, apresenta sinal de crescimento dos casos de SRAG na tendência de longo prazo até a Semana Epidemiológica 8 de 2022, período de 20 a 26 de fevereiro. Duas outras (o Distrito Federal e Rio de Janeiro) apresentam indícios de crescimento na tendência de curto prazo, atribuídos fundamentalmente ao sinal de aumento nos casos de SRAG em crianças no mês de fevereiro. A análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 28 de fevereiro.
"No agregado nacional, observa-se cenário de queda em todas as faixas etárias da população, exceto nas crianças de 0-4 a 5-11 anos que apresentam sinal de crescimento acentuado. Dados laboratoriais preliminares sugerem que no grupo de 0 a 4 anos, isso possa estar associado à interrupção da queda nos casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório [VSR]", observa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Gomes explica que na faixa etária de 5-11 anos os dados laboratoriais preliminares sugerem interrupção de queda nos resultados positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19), diferentemente do que se observa nos demais grupos etários.
O coordenador do InfoGripe ressaltou também que neste momento em que as crianças ainda não completaram o ciclo de vacinação contra a Covid-19, o risco para elas é relativamente mais alto, ainda que os casos na população em geral estejam diminuindo. "Em função disso, é importante que os responsáveis levem suas crianças para os postos de vacinação e estejam atentos à data para a segunda dose", disse Marcelo.
Além disso, ele chamou a atenção para da importância de toda a população manter cuidados básicos como o uso de boas máscaras principalmente em ambientes internos como lojas, mercados, salas de aula e transporte público, por exemplo, e evitar locais com muita gente, para diminuir o risco de acabar levando o vírus para os mais vulneráveis. "Isso também vai ajudar a proteger de outros vírus respiratórios que são causa importante de internações em crianças pequenas, como é o caso do vírus sincicial respiratório. A vacinação da população adulta diminuiu radicalmente o risco de casos graves, mas a epidemia ainda está presente”.
Onze estados apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG considerado muito alto, somando um total de 29 das 118 macrorregiões de saúde do país. Nenhuma macrorregião apresenta nível extremamente alto. Referente ao Ano Epidemiológico 2022, já foram notificados 81.713 casos de SRAG, sendo 48.962 (59,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 19.257 (23,6%) negativos, e ao menos 8.900 (10,9%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,9% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 2,1% vírus sincicial respiratório (VSR), e 87,6% Sars-CoV-2 (Covid-19).Nas 4 últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 0,6% Influenza A, 0,1% Influenza B, 3,0% vírus sincicial respiratório, e 90,1% Sars-CoV-2 (Covid-19).
O boletim chama atenção ainda que, com o avanço da cobertura vacinal na população adulta, as faixas etárias de 60 anos ou mais (60-69, 70-79 e 80 anos ou mais) voltaram a ser os grupos com maior incidência semanal de casos e óbitos por SRAG com resultado de RT-PCR positivo para Sars-CoV-2. Também se destaca o fato de que o aumento de novos casos durante o período de predomínio da variante Ômicron, iniciada ao final de 2021, resultou na maior incidência registrada entre crianças de 0-4 e 5-11 anos desde o início da epidemia.
O boletim chama atenção ainda que, com o avanço da cobertura vacinal na população adulta, as faixas etárias de 60 anos ou mais (60-69, 70-79 e 80 anos ou mais) voltaram a ser os grupos com maior incidência semanal de casos e óbitos por SRAG com resultado de RT-PCR positivo para Sars-CoV-2. Também se destaca o fato de que o aumento de novos casos durante o período de predomínio da variante Ômicron, iniciada ao final de 2021, resultou na maior incidência registrada entre crianças de 0-4 e 5-11 anos desde o início da epidemia.
"Entre os adolescentes de 12-17 anos também se observa registro próximo ao pico de maio de 2021. Tais situações podem estar associadas ao fato de que estas faixas etárias estavam recém iniciando o acesso à vacina ao final de 2021", afirma o pesquisador.
Unidades da Federação
Em 24 unidades da federação observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A tendência de curto prazo em todas essas unidades aponta sinal de estabilidade ou queda, exceto no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, onde se observa sinal de crescimento nas últimas 3 semanas.
Vinte e seis das 27 Unidades da Federação apresentam ao menos uma macrorregião de saúde em nível de casos semanais alto ou superior, sendo que em 11 das 27 UFs ainda há pelo menos uma macrorregião com nível considerado muito alto. Por outro lado, nenhuma UF possui macrorregiões de saúde em nível considerado extremamente alto.
Capitais
Na presente atualização, observa-se que apenas uma das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 8: Rio Branco (AC). Em outras cinco, observa-se sinal de crescimento apenas para a tendência de curto prazo (últimas 3 semanas): Boa Vista (RR), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), e São Paulo (SP).
Segundo Gomes, nas duas capitais do sudeste, os dados por faixa etária sugerem se tratar de aumento significativo concentrado nas crianças e adolescentes (0-9 e 10-19 anos). Nas demais, o sinal ainda é compatível com oscilação após de interrupção de queda, embora em Natal (RN) seja recomendável acompanhar a situação dos idosos em particular.
Em 24 capitais, observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Dessas, apenas Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de crescimento na tendência de curto prazo. Todas as demais apresentam sinal de queda ou de estabilização nas últimas 3 semanas.
De acordo com os indicadores de transmissão comunitária, três capitais integram macrorregiões de saúde que passam a apresentar incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto, e nenhuma capital encontra-se em macrorregião em nível extremamente alto.
Em 24 unidades da federação observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A tendência de curto prazo em todas essas unidades aponta sinal de estabilidade ou queda, exceto no Distrito Federal e no Rio de Janeiro, onde se observa sinal de crescimento nas últimas 3 semanas.
Vinte e seis das 27 Unidades da Federação apresentam ao menos uma macrorregião de saúde em nível de casos semanais alto ou superior, sendo que em 11 das 27 UFs ainda há pelo menos uma macrorregião com nível considerado muito alto. Por outro lado, nenhuma UF possui macrorregiões de saúde em nível considerado extremamente alto.
Capitais
Na presente atualização, observa-se que apenas uma das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 8: Rio Branco (AC). Em outras cinco, observa-se sinal de crescimento apenas para a tendência de curto prazo (últimas 3 semanas): Boa Vista (RR), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), e São Paulo (SP).
Segundo Gomes, nas duas capitais do sudeste, os dados por faixa etária sugerem se tratar de aumento significativo concentrado nas crianças e adolescentes (0-9 e 10-19 anos). Nas demais, o sinal ainda é compatível com oscilação após de interrupção de queda, embora em Natal (RN) seja recomendável acompanhar a situação dos idosos em particular.
Em 24 capitais, observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Dessas, apenas Natal, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de crescimento na tendência de curto prazo. Todas as demais apresentam sinal de queda ou de estabilização nas últimas 3 semanas.
De acordo com os indicadores de transmissão comunitária, três capitais integram macrorregiões de saúde que passam a apresentar incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto, e nenhuma capital encontra-se em macrorregião em nível extremamente alto.
Das 27 capitais, duas integram macrorregiões de saúde em nível pré-epidêmico (Belém e São Luís), uma está em macro em nível epidêmico (Vitória), 18 estão em macros em nível alto (Aracaju, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Teresina), sete em nível muito alto (Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Campo Grande, Goiânia e Rio Branco) e nenhuma em nível extremamente alto.
Em relação às estimativas de nível de casos de SRAG para as macrorregiões de saúde, observa-se apenas seis em nível pré-epidêmico; oito em nível epidêmico; 75 em nível alto; 29 em nível muito alto; e nenhuma em nível extremamente alto.
Em relação às estimativas de nível de casos de SRAG para as macrorregiões de saúde, observa-se apenas seis em nível pré-epidêmico; oito em nível epidêmico; 75 em nível alto; 29 em nível muito alto; e nenhuma em nível extremamente alto.
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