Paulo MarinhoDivulgação
Publicado 27/03/2022 20:45 | Atualizado 27/03/2022 20:48
Brasília - Mentor do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em 2018 e hoje desafeto do mandatário, o empresário Paulo Marinho se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo, anunciou a desfiliação do PSDB e a participação na pré-campanha do deputado mineiro André Janones (Avante) para as eleições presidenciais deste ano.
Quatro anos atrás, a casa de Marinho no Rio serviu como estúdio para gravações da campanha presidencial de Bolsonaro, quando ele ainda era candidato. À época, ele também se tornou suplente do filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL). “Quando cheguei, o núcleo duro da campanha de Bolsonaro cabia numa Kombi – eram basicamente o Gustavo Bebianno e o deputado Julian Lemos e eu”, disse ele em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “Mas me afastei da família logo na primeira hora. Não tenho arrependimento disso, pelo contrário”.
Após ensaiar uma aliança com o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), Marinho firmou apoio a Janones após conhecê-lo em janeiro deste ano, durante evento de filiação de integração do MBL ao Podemos. “Eu conhecia o Janones nas redes sociais. Fiquei absolutamente encantado com o plano dele para essa eleição”, contou.
De acordo com ele, naquele momento era oficialmente aliado do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de quem é amigo “há décadas”. No entanto, Marinho disse que também estava se aproximando de Moro, com quem já havia jantado algumas vezes e mantinha contato frequente por mensagem.
Doria foi, inclusive, quem articulou a desfiliação do empresário do PSL para o PSDB em 2019, quando Marinho assumiu o comando do diretório fluminense do partido e chegou a pensar em se candidatar para a Prefeitura do Rio.
A desfiliação do empresário do PSDB ocorreu na semana passada. “Ele [Doria] ficou triste, mas entendeu as razões. Disse que vamos chegar no mesmo destino por caminhos diferentes”, afirmou.
Ao se aproximar de Janones, Marinho se tornou o principal interlocutor do pré-candidato — que aparece em quarto lugar na corrida presidencial, segundo as últimas pesquisas eleitorais — com empresários, além de ser um dos principais organizadores da pré-campanha.
“Ele é um nome nacional devido à projeção nas redes sociais, mas é um político regional. Não tem trânsito no mundo empresarial”, disse ele ao jornal. De acordo com Marinho, Janones é o único que tem chance de tirar votos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Bolsonaro, já que os dois disputam a Presidência em primeiro e segundo lugar, respectivamente, de acordo com pesquisas.
O empresário afirmou que, apesar do apoio, Janones continua tentando se aproximar de nomes da chamada ‘terceira via’. “Quero fazer uma boa intriga entre os candidatos da terceira via. Em algum momento eles terão que ter uma agenda em comum. Quando estou com Moro, eu falo bem do Doria, e vice versa”, disse ele.
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