Publicado 06/04/2022 18:11
O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado nesta quarta-feira, 6, sinaliza que o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na população em geral atingiu o menor percentual desde o início da pandemia. Nas últimas quatro semanas, 50,7% dos resultados laboratoriais deram positivo para vírus respiratório ante 96% ao longo do período mais crítico da doença no Brasil.
Por outro lado, os casos em crianças e adolescentes mantêm ascensão significativa em diversos estados desde o mês de fevereiro, período de retomada do ano letivo. Em crianças de 0 a 4 anos, os dados laboratoriais apontam para a influência de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR). Já no grupo de 5 a 11 anos, os números sugerem interrupção de queda nos casos associados ao Sars-CoV-2 (covid-19) e aumento de casos associados a outros vírus respiratórios no mês de março.
Os dados são referentes à Semana Epidemiológica (SE) 13, que compreende o período de 27 de março a 2 de abril de 2022, a investigação tem como base as informações inseridas no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 4 de abril.
“O estudo mostra, também, uma desaceleração gradual na taxa de queda de casos de SRAG entre a população adulta e entrada em regime de estabilidade. Em contrapartida, a contribuição dos casos associados ao VSR segue crescendo, atingindo 29,7% do total de casos com resultado laboratorial positivo para vírus respiratório entre os casos no mesmo período”, observou o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Referente ao ano epidemiológico 2022, já foram notificados mais de 107 mil casos de SRAG, sendo 60.895 (56,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 31.883 (29,7%) negativos, e ao menos 9.171 (8,5%) aguardando resultado. Dentre os casos positivos deste ano, 5,5% são Influenza A, 0,1% Influenza B, 3,9% VSR e 86,7% Sars-CoV-2.
Estados
O Boletim indica que 11 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 13. Os estados que vivenciam alta dos casos são: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins.
Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe apontam para estabilidade na tendência de longo prazo, enquanto as demais apresentam indícios de queda.
Rio Grande do Sul e São Paulo têm sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo, que compreende as últimas três semanas. “Tanto nos estados quanto nas capitais, esse crescimento é atribuído ao aumento de casos entre crianças e adolescentes. Ou seja, não se traduz em sinal de crescimento no dado agregado para a população adulta”, afirma Gomes.
Capitais
Os dados mostram que 13 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 13. São eles: Aracaju (SE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES). Observa-se sinal de crescimento somente na tendência de curto prazo em duas delas: Curitiba (PR) e Manaus (AM).
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