Publicado 06/04/2022 19:20
Brasília - O presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu o senador Carlos Viana (PL-MG) como novo líder do governo no Senado, após um vácuo na articulação política do Planalto na Casa.
A escolha foi sacramentada no Planalto nesta quarta-feira, 6. Ao Estadão/Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Viana disse que aceitou o convite e trocou o MDB pelo PL na última sexta-feira, 1. O convite para assumir a liderança foi feito por Bolsonaro e pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Bolsonaro estava sem líder no Senado desde dezembro do ano passado, quando o senador Fernando Bezerra (MDB-PE) abandonou a função após perder a disputa por uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). O governo enfrenta dificuldade para emplacar a pauta de interesse de Bolsonaro no Senado, situação que ficou ainda mais evidente em ano eleitoral.
Com a escolha, o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, fica com a liderança do governo no Senado e também no Congresso. O líder no Congresso, Eduardo Gomes (PL-TO), também trocou o MDB pelo PL. A legenda ficou com terceira maior bancada do Senado, com nove integrantes.
A mudança ocorre no momento em que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tenta aprovar a reforma tributária na Casa. A proposta, porém, enfrenta resistências de governos regionais e setores da economia e corre o risco de ser enterrada
Carlos Viana afirmou que vai procurar Rodrigo Pacheco para pedir que o texto passe por uma discussão mais ampla entre os segmentos interessados, colocando um pé no freio na tramitação. "Há setores que não querem, como serviços e agronegócio. Há tempo para discutir; nós não precisamos fazer essa votação de afogadilho", afirmou Viana.
O Palácio do Planalto tenta resolver o impasse em torno da articulação no Senado, que se transformou em um campo minado para o governo nos últimos meses. Nesta quarta-feira, 6, por exemplo, além da reforma tributária, senadores impediram a votação do projeto que flexibiliza o porte e posse de armas na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). "Teremos três braços de articulação: o líder do governo no Congresso, no Senado e o líder do partido", disse o líder do PL na Casa, Carlos Portinho (RJ).
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