PSB oficializa Alckmin para compor chapa de LulaReprodução
Publicado 08/04/2022 12:00 | Atualizado 08/04/2022 12:31
Em carta endereçada ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o PSB oficializa, nesta sexta-feira (8), a indicação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à chapa do petista. No documento, a legenda afirma que a disputa eleitoral não estará relacionada "aos embates de natureza histórica entre esquerda e direita", em referência à rivalidade entre as lideranças no passado. "O que estará em questão nas eleições de 2022 é o confronto decisivo entre democracia e autoritarismo", declara o documento.

Assinada pelo presidente do partido, Carlos Siqueira, a carta defende que a indicação do ex-tucano à vice "não se limita apenas ao aspecto eleitoral". "Esta proposição envolve uma dimensão programática, visto que a composição de uma frente ampla exige a formulação de um programa que corresponda às perspectivas das forças que a compõem", consta. "O PSB deseja contribuir na tarefa programática inerente à formação de uma frente ampla de forma produtiva e efetiva".
As lideranças de ambas legendas se reuniram nesta sexta em um hotel da zona sul de São Paulo para discutir os próximos passos da aliança. Ambos discursaram durante o encontro. "É plenamente possível duas forças com projetos diferentes, mas com princípios iguais, se juntarem em um momento de necessidade do povo [...] Essa chapa não é só para ganhar. Ganhar as eleições será mais fácil do que a tarefa de recuperar", disse o ex-presidente.
Ao falar da escolha de Alckmin, Lula destacou que acredita na capacidade do ex-tucano de ocupar o cargo de vice-presidente em seu governo. "Esse dia pra mim é importante. Eu tenho certeza que o Brasil dos trabalhadores vai apoiar o seu nome como candidato à vice-presidência", disse o ex-presidente para Alckmin, durante sua fala no encontro.
Lula também relembrou disputas eleitorais anteriores que teve com membros do PSDB, antigo partido de Alckmin. "Já fui adversário do Alckmin, do Serra, do Fernando Henrique Cardoso, e nunca nos desrespeitamos, nunca deixamos de nos tratar de forma civilizada [...] e é isso que nós vamos fazer neste país [...] ninguém tem mais experiência em excelência de serviço do que o Alckmin", concluiu.
O ex-governador lembrou as taxas de crescimento econômico do último ano de governo do petista e afirmou que sua intenção é somar esforços em prol da recuperação do país. "No último ano de seu governo o PIB cresceu 7,5%. Quero somar os meus reforços para recuperarmos emprego, renda e oportunidade para as pessoas", discursou o ex-governador. "Chega de sofrimento para o povo brasileiro".

O nome do ex-governador de São Paulo ainda será analisado pelo diretório nacional do PT e a decisão sobre a formação da chapa deve ser divulgada até o próximo dia 14.

Frente ampla

Com críticas à gestão de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB), o PSB defende a construção de uma frente ampla com na qual se associem "partidos de distintos matizes, mas francamente democráticos". Ao expor o nome de Alckmin à chapa, a sigla cita sua "vida pública longeva e honrada, a perseverança na defesa da democracia e das práticas que lhe correspondem , o equilíbrio daqueles que acreditam no diálogo entre os diferentes e a tranquilidade dos que almejam o bem público".
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