Prédio do Ministério da EducaçãoMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 14/04/2022 14:13
O presidente da Comissão de Educação do Senado, Marcelo Castro (MDB-PI) disse nesta quinta-feira, 14, que a Mesa Diretora da Casa pode pedir informações sobre as visitas dos pastores Gilmar Moura e Arílton Moura ao Palácio do Planalto. Os dois lobistas estão no centro das denúncias de corrupção envolvendo o Ministério da Educação. O governo se recusou a divulgar as agendas, alegando questões de segurança da Presidência da República.

O pedido havia sido feito pelo jornal O Globo, com base na Lei de Acesso à Informação. Em entrevista à Rádio Eldorado, o senador Marcelo Castro alegou que cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal e cogitou a possibilidade de encaminhar o mesmo pedido à direção do Senado.

Ele também confirmou a intenção de assinar o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o MEC. Antes, no entanto, Castro pretende concluir os depoimentos no âmbito da Comissão de Educação, que não tem o mesmo poder de investigação de uma CPI. Um dos convidados a falar é o ministro interino da Educação, Victor Godoy.
Nesta quarta-feira, 13, o Palácio do Planalto decretou sigilo sobre os encontros entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e os pastores. O Gabinete de Segurança Institucional (GS), em resposta ao "O Globo", que solicitou detalhes da agenda, por meio da Lei de Acesso à Informação, comunicou que os dados o conteúdo dos encontros não poderão ser tornados públicos sob a alegação de a vida do presidente da República e de seus familiares estariam em risco.
Enquanto a oposição se movimenta para tentar emplacar a "CPI do MEC", o Palácio do Planalto tenta frear à investigada para minimizar ainda mais o desgaste à imagem do governo. Na mira da PF, os pastores Gilmar e Arilton tinham 'passe livre' em Brasília. Além de três encontros registrados com o presidente Bolsonaro no Palácio do Planalto e na sede do MEC, com a benção de Milton Ribeiro, os religiosos eram 'figuras carimbadas' na Câmara dos Deputados.

Os religiosos negam terem praticado qualquer irregularidade. Gilmar e Arilton são suspeitos de intermediarem a liberação de recursos do MEC para prefeituras, cobrando propina, inclusive em ouro.
*Com informações do Estadão Conteúdo 
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