Publicado 28/04/2022 12:01
Brasília - Em mais um capítulo de seu enfrentamento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao ponto de dizer que o ministro Luís Roberto Barroso "mente", o presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quarta-feira, 27, que uma eventual prisão de seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador carioca, por divulgar fakenews seria grave.
A declaração foi dada em evento no Palácio do Planalto batizado de Ato Cívico pela Liberdade de Expressão. Na prática, foi um endosso ao perdão concedido por Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), em decreto publicado menos de 24 horas após o STF condenar o parlamentar a 8 anos e 9 meses de cadeia por ataques à democracia e às instituições.
Bolsonaro lembrou que Carlos foi seu marqueteiro nas eleições de 2018, e acusado de compartilhar fakenews para o pai ganhar as eleições. "Vai prender o filho do presidente por fake news? É grave", disse o presidente.
Para explicitar seu distanciamento com o STF, Bolsonaro declarou que Planalto e Congresso são irmãos e têm "primo" do outro lado da rua, a Corte. "Poderes existem para ser respeitados, não para mostrar que um é mais forte do que o outro", em nova crítica ao Supremo. "Temos poucas pessoas na Praça dos Três Poderes que mandam muito".
Ele ainda se comparou com Jeanine Añez, que se autoproclamou presidente da Bolívia com a renúncia de Evo Moraes - que deixou o cargo em dezembro de 2019 denunciando um golpe de Estado. Com a "volta da turma do Evo", como disse Bolsonaro, ela foi presa. "Alguém sabe qual a acusação? Atos antidemocráticos. Entenderam? É o que vivemos no Brasil atualmente", comparou o presidente. "Eu jamais serei uma Jeanine, porque primeiro acredito em Deus e em cada um de vocês", acrescentou.
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