Deputado Israel Batista (PSB-DF) acusa o presidente Jair Bolsonaro de ataques sistemáticos à democracia brasileira Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Publicado 28/04/2022 19:45 | Atualizado 28/04/2022 19:46
Brasília - O deputado federal Professor Israel Batista (PSB-DF) entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por ataques ao sistema eleitoral brasileiro. Durante o evento "Liberdade de Expressão" nesta quarta-feira (27), Bolsonaro sugeriu suspeição das eleições de 2022 se tiver "algo anormal". Segundo o presidente, a suspeição se estenderia a todos os cargos eletivos, incluindo governos estaduais e para a Câmara, Senado e deputados estaduais.
Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 28, na qual anunciou que havia protocolado a notícia crime contra o presidente, o deputado Israel disse entender que as declarações do chefe do Executivo foram "um anúncio do que ele pretende fazer com as eleições de 2022", o que motivou a apresentação da notícia crime
"Está gravado, o presidente faz uma declaração de intenção dolosa de prejudicar as eleições de 2022 para o Brasil. Não é novidade o processo de desgaste que as instituições democráticas estão sofrendo a partir do Palácio do Planalto", disse.
O deputado informou também que a notícia crime acusa Bolsonaro de peculato porque usar recursos da Presidência da República para "erodir e corroer as instituições democráticas". Além disso, a peça acusa Bolsonaro de ter cometido crime de improbidade por uso de recursos públicos para disseminação de notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro "especialmente as urnas eletrônicas e claro fortalecimento de uma conduta antidemocrática por parte dos seus apoiadores", afirmou.
Israel fez críticas à conduta do presidente, que na sua avaliação, "deliberadamente anuncia com todas as letras sem nenhuma preocupação em usar de subterfúgio que vai prejudicar o processo eleitoral se perceber que o resultado das eleições não é o resultado que ele gostaria que fosse". "Ele age, portanto, como o dono da bola, enquanto está ganhando o jogo, ele aceita as regras do jogo. Mas, quando percebe que está perdendo o jogo, ele recolhe a bola e deixa o campo", finalizou.
Na peça protocolada no STF, Israel cita a sugestão do presidente Bolsonaro para que as Forças Armadas auditem os votos após o fim das eleições. "Não bastasse o teor do que relatado até aqui, o Sr Presidente da República chegou, ainda, a sugerir a suspensão das eleições e do processo eleitoral deste ano", emendou.
Contudo, ao contrário da argumentação apresentada pelo deputado na peça, o presidente sugeriu a "suspeição" e não a "suspensão" do processo eleitoral. "Não pensam que uma possível suspeição de uma eleição seria só para presidente, isso seria para o Senado, para a Câmara, se tiver algo de anormal", disse Bolsonaro.
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