Publicado 15/05/2022 14:15
O presidente do PSDB, Bruno Araújo, convocou neste sábado (14) uma reunião da Comissão Executiva Nacional da sigla após o pré-candidato à Presidência pelo partido, João Dória, enviar uma carta a Araújo alegando ser vítima de uma “tentativa de golpe”. O encontro da cúpula deve acontecer nesta terça-feira (17).
O ex-governador de São Paulo enviou o documento em resposta à contratação de uma pesquisa para ajudar a definir uma chapa única da "terceira via". O levantamento, que será realizado pelo Instituto Guimarães Pesquisa e Planejamento, irá considerar critérios quantitativos e qualitativos. De acordo com os dirigentes do PSDB, Cidadania e MDB, o resultado deve sair no dia seguinte ao encontro da Executiva, na quarta-feira (18).
Na carta, o ex-governador de São Paulo falou que mesmo antes do resultado das prévias, havia uma "movimentação de parte da cúpula” para que ele não fosse escolhido e que as “tentativas de golpe continuaram acontecendo” depois da decisão interna da legenda. O tucano também enfatizou que está disposto a levar o caso à Justiça caso o resultado não seja respeitado.
Na carta, o ex-governador de São Paulo falou que mesmo antes do resultado das prévias, havia uma "movimentação de parte da cúpula” para que ele não fosse escolhido e que as “tentativas de golpe continuaram acontecendo” depois da decisão interna da legenda. O tucano também enfatizou que está disposto a levar o caso à Justiça caso o resultado não seja respeitado.
Em resposta, Araújo alegou que Dória tinha conhecimento de todas as negociações com os outros partidos e que a pesquisa foi referendada pela Executiva. Mesmo assim, o presidente do PSDB convocou uma reunião, que irá discutir a carta do ex-governador de São Paulo. Segundo a CNN, Araújo usará o encontro para conseguir maioria contra a candidatura de Doria.
“O Brasil vive um momento grave de nossa história em que o PSDB e outros partidos do centro democrático têm a obrigação de oferecer uma alternativa à sociedade brasileira”, disse o presidente do PSDB.
Segundo Doria, a sua má colocação nas pesquisas eleitorais são usadas como ‘desculpas’ para que as prévias não sejam respeitadas.
“As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito. Pesquisas de opinião refletem o momento e não podem servir de guia único para o voto do eleitor, muito menos podem servir para guiar os destinos do partido na eleição”, escreveu Doria. Arthur Rollo, advogado do tucano, também assinou o documento, que foi interpretado como uma afronta ao partido, segundo interlocutores de Araújo.
Apesar de não abrir mão da “posição de protagonista do projeto nacional” do PSDB, Doria disse que está aberto a negociar com outros partidos.
Terceira via
Enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PP) aparecem com maiores chances de ganhar a disputa eleitoral nas pesquisas, os partidos de centro ainda discutem o nome da “terceira via”. Recentemente, o União Brasil, que participava das negociações do grupo, anunciou que irá lançar uma candidatura própria à Presidência.
Até mesmo o ex-senador Aloysio Nunes, filiado ao PSDB há décadas, já desistiu do grupo e anunciou seu apoio a Lula. Em entrevista ao "O Estado de S. Paulo", ele afirmou que Doria “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”.
Até mesmo o ex-senador Aloysio Nunes, filiado ao PSDB há décadas, já desistiu do grupo e anunciou seu apoio a Lula. Em entrevista ao "O Estado de S. Paulo", ele afirmou que Doria “não tem apoio consistente dentro do próprio PSDB”.
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