Publicado 18/05/2022 17:50
Bolsonaro recorreu à PGR contra Moraes após rejeição do STFReprodução
A nova investida do presidente Jair Bolsonaro contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi vista por parlamentares da oposição ao governo como uma tentativa de desviar o foco dos reais problemas do país. 
Uma notícia-crime apresentada pelo presidente contra o magistrado por abuso de autoridade foi rejeitada nesta quarta-feira pelo ministro Dias Toffoli, o que levou o presidente a mandar uma representação para a Procuradoria-Geral da República.
Para o líder do MDB, o deputado Isnaldo Bulhões (AL), a investida de Bolsonaro contra o Supremo não surpreende e foi classificada como uma cortina de fumaça para desviar o foco de problemas reais dos brasileiros, como a inflação crescente e o aumento da pobreza no país.
"Não surpreende essa ação do presidente Bolsonaro para desviar o debate dos grandes temas que o Brasil precisa discutir. Cada gesto de questionamento do sistema eleitoral a abuso de poder de ministro do Supremo, concretiza cada vez mais que o presidente está muito distante dos temas que precisam ser debatidos, da realidade que o povo vive, com o poder de consumo sendo corroído pela inflação, alta de preços, os pobres cada vez mais pobres."
O presidente da Comissão e Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Arthur Oliveira Maia (União-BA), aliado do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), evitou opinar sobre a iniciativa de Bolsonaro, mas diz acreditar que ele saiba o que está fazendo.
"Ele é de maior, vacinado e sabe o que é melhor para ele."
Já a deputada de oposição Sâmia Bonfim (PSOL-SP) avalia que esse é mais um episódio em que Bolsonaro acena para sua base mais fanática, assim como já fez com as participações em atos antidemocráticos e como foi com o perdão concedido ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
"Essa ação é mais uma forma de seguir insistindo em uma aglutinação da base eleitoral mais fanática, porque ele precisa desse confronto com as instituições. Ele segue na ofensiva de colocar em xeque as instituições que organizam a eleição, e ao Alexandre de Moraes, que será presidente do TSE no período das eleições", argumenta a deputada.
Para ela, a decisão de Dias Toffoli, de negar a abertura de processo é uma sinalização importante:
"É uma resposta a altura, não por ser muito frágil jurídica e tecnicamente (a ação proposta pelo presidente), mas porque se trata de uma investida política."
Também da oposição, o líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), diz que as ações de Bolsonaro contra Moraes segue o roteiro de ataques do presidente à democracia e ao Estado de Direito:
"Eleito e governando através de mentiras, crimes e ilegalidades, ele investe contra o STF como se procurasse um álibi para justificar seu desastroso governo."
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