Publicado 12/06/2022 16:58
A oposição boliviana recorrerá a órgãos internacionais e convocará manifestações contra a pena de 10 anos de prisão contra a ex-presidente interina Jeanine Áñez, pela tomada irregular do poder após a renúncia de Evo Morales na Bolívia em 2019.
"Será apelado e também vamos pela via internacional", declarou Carolina Rivera, filha da ex-presidente, ao canal Panamericana. Uma dessas instâncias seria a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Rivera disse que "na Bolívia não há justiça. O órgão de justiça está submetido ao poder político. Não se pode ir a nenhuma instância do Estado porque todas estão tomadas pelo Movimento ao Socialismo (MAS)", o partido no poder.
"Estamos realizando uma série de ações na rua e em nível internacional", principalmente da União Europeia (UE), as Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA), adiantou Manuel Morales, do opositor Comitê Nacional para a Defesa da Democracia (Conade).
Morales também confirmou manifestações para o dia 21 de junho em Cochabamba e, um dia depois, em Tarija.
"A justiça acusou e condenou minha mãe com tipos penais revogados e modificados", lamentou Ribera. Áñez foi condenada na sexta-feira a 10 anos de prisão por descumprimento de deveres e resoluções contrárias à Constituição e às leis.
Enquanto isso, o governo se mostrou parcialmente satisfeito com a sentença, embora tenha deixado em aberto a possibilidade de apelação para que a pena possa ser aumentada para 15 anos, conforme solicitado pelo Ministério Público.
"É uma pena que abre um precedente histórico. É claro que ninguém pode assumir a soberania do povo ou chegar ao poder violando a Constituição e as leis", disse a ministra da Presidência, María Nela Prada, à televisão estatal.
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