Publicado 15/06/2022 17:37 | Atualizado 16/06/2022 16:07
Brasília — Criticado pelo desempenho do governo federal nas ações de busca pelo britânico Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, desaparecidos há dez dias no Vale do Javari, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira, 15, que o jornalista e colaborador do jornal 'The Guardian' era 'malvisto' no Amazonas pelas denúncias reveladas em suas reportagens de crimes cometidos na região, como desmatamento irregular, pesca e garimpo ilegais, além da invasão de terras indígenas.
"Esse inglês, ele era malvisto na região. Porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, a questão ambiental... Então, aquela região lá, que é bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão", disse.
A declaração concedida na entrevista ao canal da apresentadora Leda Nagle, no YouTube, não repercutiu bem. Além de ignorar os questionamentos sobre a falha supervisão na Amazônia, o presidente voltou a sugerir que os desaparecidos embarcaram numa "excursão" e que estavam cientes do perigo que corriam na região, dominada pelo garimpo ilegal, madeireiros e que tem se consolidado como rota de contrabando do narcotráfico.
"Naquela região, região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Ele tinha que ter mais que ter redobrado a atenção para consigo próprio", acrescentou Bolsonaro.
Confissão
Nesta quarta-feira, 15, o pescador Osoney da Costa, conhecido como 'Dos Santos', confessou para a Polícia Federal que participou da morte de Bruno Pereira e Dom Phillips. Segundo Oseney, os corpos de Dom e Bruno foram decepados, esquartejados e queimados antes de serem jogados em uma vala na floresta.
O outro suspeito detido, Amarildo da Costa Pereira, o 'Pelado', também teria colaborado na execução. As investigações da Polícia Federal sobre as mortes do indigenista e do jornalista britânico tentam agora esclarecer a dinâmica do crime.
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