Publicado 18/06/2022 17:07 | Atualizado 18/06/2022 17:14
O presidente Jair Bolsonaro (PL) insinuou neste sábado, 18, que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes descumpriu um acordo firmado entre os dois. A situação teria acontecido em setembro do ano passado, quando Bolsonaro divulgou carta recuando em seus ataques ao ministro em 9 de setembro, após atos no Dia da Independência. De acordo com Bolsonaro, ele teria conversado com o ministro por telefone e haviam combinado certas coisas, incluindo a assinatura da carta pública divulgada à época e o arquivamento de inquéritos que estavam em andamento no STF, incluindo o das fake news.
Na então "Declaração à Nação", feita com colaboração do ex-presidente Michel Temer, Bolsonaro dizia nunca ter tido intenção de agredir os Poderes e que a harmonia entre eles era uma determinação constitucional. No texto, o chefe do Executivo citou nominalmente Alexandre de Moraes e afirmou que muitas vezes faziam declarações no calor do momento. "Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news".
"No dia 9 de setembro, chegou a Brasília o senhor Michel Temer. Eu, ele e um celular. Quem estava no telefone? O senhor Alexandre de Moraes, conversei três vezes com ele. A carta eu assinei, vocês lembram, me descapitalizei politicamente, fui ofendido por palavras as mais variadas possíveis. Mas o que eu conversei com o Alexandre de Moraes foi uma pacificação: eu entro com a carta e ele entrava com outras coisas, entre elas, em poucas semanas, o arquivamento dos inquéritos de fake news e atos antidemocráticos. Ele cumpriu algo? Não", disse o presidente durante evento religioso em Manaus, no Amazonas.
E continuou: "Mas mesmo assim. Tem uma passagem bíblica que diz: por falta de conhecimento o meu povo pereceu. Naquele momento, nas ruas de 7 de setembro, o povo tava muito mais com emoção ou com razão? Com emoção. Qualquer medida minha, drástica, eu posso ser herói por dois ou três dias. Como é que ficaria outros países no tocante a barreiras econômicas em relação ao Brasil? Três ou quatro dias começariam a faltar coisas no Brasil, o Brasil no caos, é o que eles queriam, iam apontar pra mim, grande parte da população, por falta de conhecimento, ele queria que eu tomasse uma decisão drástica no 7 de setembro?"
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.