Bolsonaro falou da redução nos preços dos combustíveis e voltou a defender pautas conservadorasIsac Nóbrega/PR
Publicado 01/07/2022 12:35 | Atualizado 01/07/2022 12:35
Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, agradeceu nesta sexta-feira, 1º de julho, aos senadores que aprovaram na quinta-feira, 30, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que turbina os benefícios sociais em ano eleitoral. "Quero cumprimentar senadores. Ontem o Senado majorou valor do Auxílio Brasil", afirmou em Feira de Santana, Bahia.

O Nordeste é a região do País onde Bolsonaro marca a maior distância em relação ao ex-presidente da O Dia República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com a mais recente pesquisa Datafolha, a diferença é de 30 pontos porcentuais: 48% a 18%.

Inclusive com apoio da oposição, o Senado deu aval na quinta-feira à PEC que, sob a justificativa de amenizar o impacto da alta dos combustíveis sobre a população, contorna a lei eleitoral e dá novo impulso à campanha à reeleição de Bolsonaro.

Foi preciso estabelecer emergência pública para permitir a criação de novos benefícios sociais a menos de 100 dias das eleições.

O texto, que ainda precisa tramitar na Câmara, sobe o valor do Auxílio Brasil de R$ 400 a R$ 600; cria um voucher de R$ 1 mil para caminhoneiros; dobra o vale-gás a famílias de baixa renda; garante a gratuidade a passageiros idosos nos transportes públicos urbanos e metropolitanos; compensa Estados por reduções nas alíquotas do ICMS sobre o etanol;aumenta recursos do Alimenta Brasil; e cria benefício a taxistas. O impacto fiscal é de R$ 41,2 bilhões - retirados do teto de gastos.

O único senador a votar contra a medida foi José Serra (PSDB-SP)

"Não falta dinheiro para atender à população"

No pronunciamento em Feira de Santana, Bolsonaro afirmou que "não falta dinheiro para atender à população" e tentou faturar politicamente sobre a redução do preço dos combustíveis via desoneração.

"Estão gostando da baixa dos combustíveis? Há pouco me culpavam pelo aumento, quando baixa muitos se calam. É um trabalho nosso. Começou com o governo federal abrindo mão dos impostos", declarou o presidente.

O "QG da reeleição" vê na alta dos combustíveis o principal obstáculo para o crescimento nas pesquisas.

O chefe do Executivo também reiterou críticas a governadores resistentes a reduzir o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos combustíveis por conta da sangria nos cofres públicos. "Infelizmente, os nove governadores do Nordeste entraram na Justiça contra a redução dos impostos estaduais. Não se preocupam com a população, querem extorquir o contribuinte brasileiro."

Discurso conservador

O tom conservador não ficou de fora do discurso em Feira de Santana. "Somos contra o aborto, a liberação das drogas, a ideologia de gênero. Somos favoráveis ao armamento do cidadão de bem", disse Bolsonaro, que estava acompanhado do ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), pré-candidato ao governo da Bahia.
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