A deputada Vivi Reis enviou à PGR a lista com nomes de pessoas ameaçadas de morte no Vale do JavariPaulo Sérgio/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias
Publicado 07/07/2022 13:35 | Atualizado 07/07/2022 13:38
Brasília - Um mês após os assassinatos do do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, o clima de medo e insegurança ainda domina o Vale do Javari, no Amazonas. Diante da estagnação do caso investigado pela Polícia Federal, a deputada federal Vivi Reis (PSOL-PA) apresentou, na quarta-feira, 6, à Procuradoria-Geral da República uma lista de 14 pessoas que sofrem ameaças de morte na região.
Relatora da Comissão Externa da Câmara dos Deputados que acompanha a investigação sobre as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips, a parlamentou revelou toda a preocupação com o sensação de terra sem lei no Vale do Javari, ameaçado por pescadores e garimpeiros ilegais, além de contrabandistas de drogas. Firme, cobrou uma posição da PGR ao entregar a lista que inclui indígenas, servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai), indigenistas e integrantes da União dos Povos Indígenas no Vale do Javari (Univaja).

No relatório, a parlamentar pede a inclusão de oito "alvos" no Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos. A procuradora Eliana Torelly, coordenadora da 6° Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), é a responsável pela avaliação da grave denúncia.

Presente na comitiva de parlamentares que visitou os municípios de Atalaia do Norte e Tabatinga, no Amazonas, na semana passada, Vive atende ao apelo da Unijava. Após voltar da região onde Bruno Pereira e Dom Phillips foram brutalmente assassinados no início de junho, Vivi Reis intensificou as ações em Brasília.
Relembre o caso
Dom Phillips, colaborador do jornal britânico 'The Guardian', e Bruno Pereira, servidor licenciado da Funai, foram vistos pela última vez na manhã do dia 5 de junho, na região da reserva indígena do Vale do Javari, a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares.

O local concentra o maior número de indígenas isolados ou de contato recente do mundo. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios.

O indigenista denunciou que sofria ameaças na região, informação confirmada pela PF, que abriu procedimento investigativo sobre a denúncia. Bruno Pereira estava atuando como colaborador da Univaja, uma entidade mantida pelos próprios indígenas da região, e tinha como foco impedir invasão da reserva por pescadores, caçadores e narcotraficantes. Dos quatro suspeitos investigados pela PF, dois já confessaram o crime e indicaram o local onde foram encontrados os restos mortais.
 
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