Vítima de facada durante a campanha de 2018, Bolsonaro defende a preparação de militares para a "possibilidade de agressões' este anoGregg Newton / AFP
Publicado 08/07/2022 14:02 | Atualizado 08/07/2022 14:59
Brasília - Ao comentar o assassinato a tiros do ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe em um ato eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro reiterou seu temor com "inimigos internos" de uma nação. O discurso é uma constante em pronunciamentos de Bolsonaro desde a facada que sofreu em 2018, quando ainda era candidato ao Palácio do Planalto.
"É um risco dos bons, é o preço por lutar pelo seu país. Muitas vezes, na maioria das vezes, o inimigo não está lá fora, está dentro da nossa própria pátria", afirmou o presidente nesta sexta-feira em solenidade militar em Pirassununga (SP).
Mais longevo premiê do Japão, Shinzo Abe foi morto nesta madrugada (pelo horário de Brasília) durante um comício em Nara. Ao ser preso, o atirador confessou o crime e o atribuiu a diferenças políticas.
Mais cedo, Bolsonaro decretou luto oficial de três dias pela morte de Abe. "Homem afável, inteligente, patriota", afirmou o chefe do Executivo na cerimônia, sobre o ex-primeiro-ministro. O presidente pediu aos militares toques de sentido e de silêncio e foi às lágrimas.
No mesmo discurso, Bolsonaro defendeu a preparação de militares para a "possibilidade de agressões" e voltou a falar em interesse internacional pelas riquezas brasileiras. "O que nós não podemos admitir é que traição venha de gente dentro do país para comungar com essas teses, buscando, ao tirar a nossa liberdade, entregar as nossas riquezas e a nossa gente à outra ideologia", declarou.
"Até o último dia da minha vida ou do meu mandato, farei com que a nossa Constituição seja de fato cumprida", garantiu ainda Bolsonaro.
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