Publicado 20/07/2022 17:46 | Atualizado 20/07/2022 18:25
O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou, nesta quarta-feira, 20, o policial penal federal Jorge Guaranho pelo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum, do guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Arruda. O crime ocorreu na cidade de Foz do Iguaçu (PR) no dia 10 de julho.
Segundo o promotor Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva, um dos agravantes é o crime ter sido cometido por "preferência política-partidária antagônica”. Outra qualificação apontada pelos autores da denúncia foi a possibilidade de a ação “resultar em perigo comum”, ou coletivo.
O promotor afirmou ainda que o MP espera que o crime sirva de exemplo e que tenha sido o "ponto final" da violência politico-partidária no país.
"Esperamos que esse caso emblemático do Marcelo Arruda sirva de freio de arrumação para essa escalada da violência que o nosso país tem vivenciado no espectro político-partidário. Nó precisamos parar com isso. Esperamos que esse seja o ponto terminal de tudo isso, por que, enquanto Ministério Público, não toleraremos práticas nessa natureza", afirmou Mafra.
Ao detalhar a denúncia, os promotores afirmaram não ter sido constatada prática de crimes de ódio, discriminação, ou contra o estado democrático de direito, porém discordaram da Polícia Civil do Paraná e destacaram que o crime foi “claramente desproporcional” e se enquadra como motivo fútil com conotação política, além de colocar em perigo a vida de terceiros.
Como o ataque aconteceu
A festa de Marcelo era realizada na Associação Recreativa Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na cidade paranaense. Segundo testemunhas, o suspeito teria parado o carro na porta da associação onde ocorria a festa — cujo tema era o PT e a campanha de Lula à presidência —, e gritado "Aqui é Bolsonaro" e "mito", além de ameaçar os presentes. Ele estaria acompanhado de uma mulher e uma criança. Um dos convidados, que preferiu não se identificar, disse que o policial penitenciário deixou o local, mas prometeu voltar e "acabar com todo todo mundo".
Com receio de que o agente penitenciário retornasse, Arruda, que era da Guarda Municipal de Foz de Iguaçu, decidiu pegar sua arma no carro. Já no fim da festa, Guaranho retornou sozinho ao salão do clube e fez três disparos contra o petista. Mesmo ferido, ele revidou, atingindo o agressor na cabeça. Ambos foram levados para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck. Arruda veio a óbito na madrugada deste domingo, 10. Guaranho segue internado.
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