Manifesto é uma resposta aos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral brasileiroReprodução/Internet
Publicado 29/07/2022 15:48
São Paulo - Presidenciáveis se manifestaram a respeito da Carta em Defesa da Democracia, documento gestado na Faculdade de Direito da USP e que une petistas, tucanos, juristas, ex-ministros do STF, economistas, empresários e outros representantes da sociedade civil pela manutenção do estado democrático de direito. O único integrante da corrida presidencial a criticar o manifesto foi o presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja atuação reiterada questionando o sistema de votação eletrônica sem provas acabou por motivar a redação do texto.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na quarta-feira, 27, que ficou "feliz" com a iniciativa, mas afastou a possibilidade de haver um golpe contra a democracia após as eleições. Segundo ele, as Forças Armadas não embarcariam em uma eventual investida contra o resultado das urnas.
A falta de apoio da sociedade civil, opinou o petista, é outro fator que impede Bolsonaro de agir contra o estado democrático. "Estou convencido que todos os brasileiros precisam brigar muito para que a gente mantenha a consolidação do processo democrático desse país", afirmou, em entrevista ao portal UOL.
Bolsonaro, por sua vez, criticou o manifesto e disse se tratar de "uma nota política em ano eleitoral". Em publicação no Twitter, o presidente se descreveu como um democrata, apesar de constantemente agir para desacreditar o processo eleitoral no País, e ironizou o documento. "Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro", escreveu. Ele disse ainda que o documento visa a defender a candidatura de Lula.
Foram as ações do chefe do Executivo que motivaram a redação da carta. No dia 18 de julho, em sua atitude mais contundente contra o processo eleitoral até o momento, o presidente convocou embaixadores estrangeiros para desacreditar o sistema eletrônico de votação a menos de cem dias das eleições.
O candidato Ciro Gomes (PDT) se manifestou a favor da carta na quarta-feira, 27. "Eu estou em todas as iniciativas em defesa da democracia desde que eu entrei na luta política. Para mim, democracia é como o ar que eu respiro", afirmou, em entrevista à Globonews. Ele disse ainda que "já mandou assinar" o documento, mas seu nome ainda não consta na relação de adesões.
Já Simone Tebet, candidata pelo MDB, assinou o documento com "alegria e convicção". "Fundamental que a sociedade civil declare seu apreço e crença permanente na democracia e no respeito à Constituição Federal", ela publicou no Twitter.
André Janones (Avante) afirmou ser a favor do manifesto por "não tolerar posturas autoritárias". Ele disse ainda que parte dos signatários do manifesto contribuíram para uma suposta "escalada protofascista" no País, sem dar mais detalhes. "Sou um democrata sempre. Não podemos tolerar posturas autoritárias e que coloquem em xeque a jovem democracia brasileira. Em que pese a assinatura de algumas forças que contribuíram para a escalada protofascista no Brasil, é hora de todas as forças progressistas assinarem este manifesto para que o Brasil retorne aos trilhos da normalidade", disse.
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