Publicado 05/08/2022 13:52
Paraná - A médica que acompanha o policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, na festa de aniversário dele, adiou a alta do acusado para pedir uma nova avaliação. O homem deixaria o hospital nesta sexta-feira, 5. Ele está internado desde 10 de julho.
A defesa do policial havia pedido para que Guaranho fosse transferido para prisão domiciliar, mas a Justiça do Paraná negou e determinou que ele deve ser encaminhado ao Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, logo assim que sair do hospital.
Os advogados do policial penal alegaram que a gravidade do crime não justifica a prisão preventiva e defenderam a prisão domiciliar com base no quadro de saúde de Guaranho. "A alta hospitalar não significa alta médica, tendo em vista que o paciente demanda cuidados especializados para atividades básicas da vida", afirma a defesa do policial. À Justiça, foi informado que o homem deve passar por reabilitação, com fisioterapia e fonoaudiologia.
O Ministério Público do Paraná respondeu que "Não há falar em 'alegação vazia da gravidade do crime', 'mera retórica' ou 'atuação contida' do detento na espécie, visto a gravidade acachapante da conduta", afirmou a promotoria em nota.
O MP e o juiz do caso concordaram que o policial deve permanecer na prisão. Ele responde por homicídio duplamente qualificado. A defesa de Guaranhol também alega que ele perdeu a memória por conta das agressões que sofreu após atirar em Arruda. De acordo com o advogado Luciano Santoro, Guaranho não se lembra de nada do que aconteceu na noite do crime.
A defesa diz que Guaranho foi agredido por cinco minutos e 35 segundos com 24 chutes no rosto e outros no tórax e na perna baleada. Os agressores já foram ouvidos.
Como o ataque aconteceu
A festa de Marcelo era realizada na Associação Recreativa Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na cidade paranaense. Segundo testemunhas, o suspeito teria parado o carro na porta da associação onde ocorria a comemoração — cujo tema era o PT e a campanha de Lula à presidência —, e gritado "Aqui é Bolsonaro" e "mito", além de ameaçar os presentes. Ele estaria acompanhado de uma mulher e uma criança. Um dos convidados, que preferiu não se identificar, disse que o policial penitenciário deixou o local, mas prometeu voltar e "acabar com todo todo mundo".
Com receio de que o agente penitenciário retornasse, Arruda, que era da Guarda Municipal em Foz de Iguaçu, decidiu pegar sua arma no carro. Já no fim da festa, Guaranho retornou sozinho ao salão do clube e fez três disparos contra o petista. Mesmo ferido, a vítima revidou, atingindo o agressor na cabeça. Ambos foram levados para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, mas Arruda morreu pouco depois.
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