Jorge Guaranho bolsonarista que matou petistaReprodução
Publicado 11/08/2022 10:08
Paraná - O policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, acusado de matar o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, na festa de aniversário dele, vai ficar em prisão domiciliar e será monitorado por tornozeleira eletrônica. A decisão do juiz Gustavo Germano Francisco Arguello foi publicada nesta quarta-feira, 10, atendendo ao pedido da defesa do policial. Ele deixou o Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu, no final da tarde desta quarta, após receber alta.

Na última quinta-feira, 5, ele chegou a ter um primeiro pedido rejeitado pela Justiça. Na ocasião, a defesa do policial havia pedido para que Guaranho fosse transferido para prisão domiciliar, mas a Justiça do Paraná negou o pedido, alegando que apenas seria possível se o agente penal estivesse “extremamente debilitado por motivo de doença grave”. Inicialmente, ele deveria ser encaminhado ao Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, logo deixasse o hospital, mas juiz do caso mudou o seu posicionamento, após receber ofício da direção do Complexo Médico Penal (CMP).

O documento afirmava que o "CMP não reúne no atual momento as condições estruturais, técnicas e de pessoal, necessárias para prestar o atendimento necessário para manutenção da vida dele, sem expô-lo a grave risco". O juiz sustentou, em sua decisão, que o cenário descrito pelo CMP impediu a manutenção da prisão preventiva após a alta hospitalar. "Assim, considerando a peculiar situação que envolve o requerente e a incapacidade estatal de conferir ao preso a devida assistência médica durante a prisão cautelar, mister se faz a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar", escreveu o magistrado.

Ele responde por homicídio duplamente qualificado. A defesa de Guaranho alega que ele perdeu a memória por conta das agressões que sofreu após atirar em Arruda. De acordo com o advogado Luciano Santoro, Guaranho não se lembra de nada do que aconteceu na noite do crime.

Como o ataque aconteceu
A festa de Marcelo era realizada na Associação Recreativa Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), na cidade paranaense. Segundo testemunhas, o suspeito teria parado o carro na porta da associação onde ocorria a comemoração — cujo tema era o PT e a campanha de Lula à presidência —, e gritado "Aqui é Bolsonaro" e "mito", além de ameaçar os presentes. Ele estaria acompanhado de uma mulher e uma criança. Um dos convidados, que preferiu não se identificar, disse que o policial penitenciário deixou o local, mas prometeu voltar e "acabar com todo todo mundo".
Com receio de que o agente penitenciário retornasse, Arruda, que era da Guarda Municipal em Foz de Iguaçu, decidiu pegar sua arma no carro. Já no fim da festa, Guaranho retornou sozinho ao salão do clube e fez três disparos contra o petista. Mesmo ferido, a vítima revidou, atingindo o agressor na cabeça. Ambos foram levados para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, mas Arruda morreu pouco depois.
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