Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto teve ganhos de quase R$ 1 milhão em dois meses de 2020AFP
Publicado 11/08/2022 15:29 | Atualizado 11/08/2022 15:47
Brasília - O governo federal turbinou o salário de militares e autoridades enquanto o mundo enfrentava a crise sanitária e econômica causada pelo vírus da covid-19 em 2020. Uma reportagem do jornal 'O Estado de S.Paulo' publicada nesta quinta-feira, 11, revela que o candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PL), general Walter Braga Netto, 'recebeu R$ 926 mil em dois meses de 2020, no auge da pandemia'.
Em um único mês de férias foram pagos R$ 120 mil de salário ao militar Braga Netto. A reportagem revela também que outros militares do governo tiveram 'turbinadas' em seus ordenados naquele ano. 'Estão na lista o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, e o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque', diz o texto.
Os dados foram levantados pelo portal da Transparência e mostram que os benefícios pagos pelo governo 'levaram oficiais e pensionistas a ganhar até R$ 1 milhão na folha de pagamento em um único mês'.
O teto salarial do Brasil limita ordenados em até R$ 39,3 mil por mês no serviço público. Braga Netto, que recebe R$ 31 mil como general da reserva do Exército, teve depósitos que somados chegam R$ 926 mil nos meses de março e junho de 2020.
O almirante da Marinha, Bento Albuquerque, foi contemplado com R$ 1 milhão em ganhos brutos somados nos meses de maio e junho. Já Luiz Eduardo Ramos recebeu um montante de R$ 731,9 mil em julho, agosto e setembro de 2020, também somados, diz a matéria. O texto desta que Ramos, à epoca, comandava a Secretaria de Governo e hoje é 'chefe da Secretaria-Geral e um dos ministros mais próximos a Bolsonaro'.
O texto explica que a folha de pagamento aumentou para oficiais foram para a reserva porque o governo "patrocinou uma mudança que aumentou a indenização paga quando os militares saem do serviço ativo". O levantamento foi realizado pelo deputado Elias Vaz (PSB-GO), que disse "cobrar explicações do Ministério da Defesa".
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