Publicado 30/09/2022 21:51
Manaus - A equipe da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) encontrou o celular e os documentos pessoais do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, assassinados em junho deste ano.
Os objetos das vítimas estavam na floresta, em uma área próxima ao local onde eles foram mortos, às margens do Rio Itacoaí, e foram achados na última quarta-feira (28) pela Univaja, de acordo com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
A Univaja vai encaminhar os pertences ao setor de investigação da Polícia Federal, que vai apurar os registros capturados antes da execução de Dom e Bruno.
A dupla foi morta a tiros e tiveram os corpos esquartejados e queimados no Vale do Javari, na Amazônia. Em nota, a PF disse que Bruno Pereira foi morto com dois tiros na região abdominal e torácica e um na cabeça. Dom Phillips levou um tiro no abdômen/tórax. A munição usada no assassinato foi típica de caça.
Até agora, três homens ligados à pesca ilegal em terra indígena foram presos, acusados de participação direta nas mortes de Dom e Bruno.
São réus: Amarildo da Costa Oliveira, vulgo Pelado, Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Além do trio, outro homem, identificado como Rubens Villar Coelho, amplamente conhecido na região do Vale do Javari como Colômbia, também foi preso ao comparecer em sede policial com documentos falsos; ele, que é peruano apesar do apelido, é apontado como grande financiador da pesca e caça ilegais no Vale do Javari e também é investigado por participação no assassinato do indigenista e ex-servidor da Funai Maxciel Pereira dos Santos, em 2019.
A PF suspeita que ele também possa ter encomendado as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips. Os investigadores já sabem que Colômbia comanda uma balsa de compra de pescado na cidade peruana de Islândia, que fica a poucos quilômetros de Atalaia do Norte (AM).
Segundo relatos de testemunhas, ele é um indivíduo "de grande poder aquisitivo" e que seria responsável por comprar todos os pescados e carnes de caça da região. Em recente cumprimento a mandado de busca e apreensão, policiais federais encontraram diversos documentos falsos em endereço ligado ao peruano.
As investigações ainda estão em curso para coletar detalhes gerais do caso e avaliar a participação de cada um dos suspeitos.
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