Publicado 26/10/2022 21:20 | Atualizado 26/10/2022 21:25
São paulo - A XP, por meio de seu banco de investimentos, está cobrando uma dívida de R$ 8,2 milhões do empresário Carlos Wizard, bilionário brasileiro que controla empresas como a Mundo Verde e que possui participações minoritárias em negócios como a escola de idiomas WiseUp e a IMC, dona da KFC e da Pizza Hut no Brasil
Em decisão dada pela Justiça no último dia 23, o juiz Carlos Eduardo Borges Fantacini deu um prazo de três dias - que venceu ontem - para que Wizard efetue o pagamento e outros 15 dias para que o empresário possa recorrer.
Na mesma decisão, o juiz estabelece que em um prazo de cinco dias Wizard indique "quais são e onde se encontram os bens sujeitos à penhora e seus respectivos valores, com prova documental".
O empresário Carlos Wizard, por meio de sua holding Sforza, afirmou, em nota, que está negociando com todos os bancos onde possui dívidas para uma reestruturação do perfil dos vencimentos ao atual cenário econômico.
Wizard disse, ainda, que os setores em que suas investidas atuam foram "severamente afetados pela pandemia de covid, especialmente no ano 2020, e que essa situação "afetou a estrutura das dívidas das empresas controladas pelo grupo, levando a Sforza a contratar uma consultoria especializada para reestruturar seus compromissos de curto e médio prazos".
Durante a pandemia, o empresário ficou conhecido por sua atuação próxima ao governo Bolsonaro, defendendo, por exemplo, o uso da cloroquina, um método comprovadamente ineficaz para o tratamento da doença. Em junho de 2020, o governo chegou a anunciar que ele assumiria uma secretaria no Ministério da Saúde, mas ele acabou voltando atrás antes de começar a trabalhar.
Outro episódio controverso desse período foi sua participação na CPI da Covid, que investigava Wizard por conta de suas atitudes durante a crise sanitária. À época, o empresário causou polêmica ao tentar promover o seu livro durante a sessão no Congresso em que era questionado a respeito da pandemia.
COBRANÇA DA XP
A ação em questão decorre de um processo de execução, pelo Banco XP, de um empréstimo inicial de R$ 30 milhões, formalizado em abril de 2021 por meio de uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), que deveria ser pago em 18 parcelas, no valor de R$ 1.764.467,13 mensais, conforme a petição inicial do processo.
Conforme o acordo estabelecido, o não pagamento no prazo predeterminado culminaria em antecipação da dívida remanescente. A parcela não paga, conforme o documento, teria vencido no dia 21 de setembro.
Ainda na petição inicial, a XP informou que enviou à Orion, empresa da qual Wizard é sócio e que também consta como parte executada, dois comunicados, informando sobre os atrasos do dia 21 de setembro e relembrando que outra parcela venceria em 21 de outubro. O aviso, porém, teria sido "ignorado por completo". "Tudo sob pena de serem tomadas as providências cabíveis e previstas na CCB", segundo a ação.
Assim, a XP explica que tomou a decisão de cobrar a dívida na Justiça e fazer a cobrança antecipada do restante do empréstimo, como previa o contrato assinado.
Como a dívida tinha garantias, o banco pode executá-la. Elas, porém, não foram suficientes para cobrir todo o endividamento, segundo explicou a instituição financeira à Justiça. "Caso o pagamento não seja realizado no prazo legal, seja determinada a penhora online de quaisquer valores depositados em instituições financeiras em nome dos Executados", segundo a petição inicial da XP.
Procurada, a XP disse que não comentaria o caso.
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