Publicado 11/11/2022 18:58
Brasil - É enganosa a postagem que repercute declaração de político croata em que ele afirma que as vacinas contra a covid-19 são “fake”, não havendo diferença entre se vacinar ou não na prevenção de infecções e mortes. A fala distorce a declaração de uma executiva da Pfizer ao Parlamento Europeu, dada em outubro. Em audiência, Janine Small afirma não ter havido testes sobre o impacto do imunizante na cadeia de transmissão do coronavírus, e não sobre a eficácia do imunizante. Em relação à prevenção contra mortes, há, sim, eficácia, como mostram a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), o Imperial College of London e a Office for National Statistics (ONS), do Reino Unido.*
Conteúdo investigado: Um vídeo que circula no TikTok, no qual o advogado e político croata Mislav Kolakusic tira de contexto uma declaração dada por Janine Small, executiva da Pfizer, ao Parlamento Europeu para sugerir ineficácia da vacinação contra a covid-19. Para reforçar o discurso negacionista, a peça verificada afirma que a farmacêutica teria admitido um “crime mundial”.
Onde foi publicado: TikTok.
Conclusão do Comprova: É enganosa a fala do político e advogado croata Mislav Kolakusic, que sugere ineficácia da vacinação contra a covid-19 na redução do número de mortes em decorrência da doença, chamando as vacinas de “fake”. A declaração é repercutida em uma postagem que circula no TikTok, que insere sobre o vídeo os dizeres: “Pfizer admite crime mundial”.
Kolakusic distorce uma declaração dada pela executiva da farmacêutica Pfizer Janine Small ao Parlamento Europeu, no dia 10 de outubro. Na ocasião, Janine declarou que a empresa só não fez testes, antes de a vacina ser disponibilizada, no que dizia respeito ao impacto sobre a transmissão do coronavírus entre humanos.
Em relação às mortes, Janine cita o oposto do que sugere o croata, e menciona estudo do Imperial College of London, publicado em junho de 2022, que estimou uma redução de 19,8 milhões de mortes por covid-19 em todo o mundo devido à vacinação. O trecho não aparece na postagem verificada.
Além desses dados, o Comprova buscou informações em sites da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Office for National Statistics (ONS), do Reino Unido, que reforçam a eficácia das vacinas contra mortes por covid-19.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: Até o dia 11 de novembro, a publicação tinha 40,4 mil curtidas, além de 2.118 comentários e 22,2 mil compartilhamentos.
O que diz o responsável pela publicação: Não foi possível fazer contato com o autor da publicação, pois o TikTok não permite troca de mensagens entre contas que não se seguem mutuamente. Buscas por perfil semelhante foram feitas em outras plataformas, como Twitter e Facebook, mas sem sucesso. No Instagram, um perfil com a mesma descrição foi identificado, no entanto, a conta não permite envio direto de mensagem. Apesar da semelhança na descrição do usuário, as contas possuem conteúdos diferenciados e não há elementos que permitam inferir que ambas pertencem à mesma pessoa.
Como verificamos: A postagem verificada é um vídeo em que um homem cita uma declaração de uma executiva da Pfizer, que foi feita ao político holandês e membro do Parlamento Europeu Rob Roos. Busca no Google com os termos “rob roos interview pfizer director vaccine” levou a um vídeo na página de Roos no Facebook em que ele repercute a declaração. A partir do material, foi possível localizar a íntegra da audiência no site do Parlamento Europeu, compreender seu contexto, além de identificar os principais envolvidos.
A postagem verificada traz a inscrição do canal do Telegram do qual o vídeo foi retirado. No Twitter do mesmo canal, foi possível localizar uma publicação com o mesmo vídeo em um formato que permitiu a leitura do nome do homem que faz a afirmação enganosa: Mislav Kolakusic, representante da Croácia no Parlamento Europeu.
Além da declaração da executiva da Pfizer, ele cita, superficialmente, dados do National Health Service (NHS), na Inglaterra. O Comprova fez contato com o NHS, mas não obteve retorno até o fechamento desta verificação. No entanto, pesquisas nos sites da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), do Imperial College of London e da Office for National Statistics (ONS), do Reino Unido, confirmam a efetividade da vacina na prevenção de mortes por covid-19, contrariando o que sugere Mislav Kolakusic na postagem enganosa.
Fala de executiva da Pfizer não tem relação com eficácia da vacina contra covid-19
Onde foi publicado: TikTok.
Conclusão do Comprova: É enganosa a fala do político e advogado croata Mislav Kolakusic, que sugere ineficácia da vacinação contra a covid-19 na redução do número de mortes em decorrência da doença, chamando as vacinas de “fake”. A declaração é repercutida em uma postagem que circula no TikTok, que insere sobre o vídeo os dizeres: “Pfizer admite crime mundial”.
Kolakusic distorce uma declaração dada pela executiva da farmacêutica Pfizer Janine Small ao Parlamento Europeu, no dia 10 de outubro. Na ocasião, Janine declarou que a empresa só não fez testes, antes de a vacina ser disponibilizada, no que dizia respeito ao impacto sobre a transmissão do coronavírus entre humanos.
Em relação às mortes, Janine cita o oposto do que sugere o croata, e menciona estudo do Imperial College of London, publicado em junho de 2022, que estimou uma redução de 19,8 milhões de mortes por covid-19 em todo o mundo devido à vacinação. O trecho não aparece na postagem verificada.
Além desses dados, o Comprova buscou informações em sites da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e da Office for National Statistics (ONS), do Reino Unido, que reforçam a eficácia das vacinas contra mortes por covid-19.
Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.
Alcance da publicação: Até o dia 11 de novembro, a publicação tinha 40,4 mil curtidas, além de 2.118 comentários e 22,2 mil compartilhamentos.
O que diz o responsável pela publicação: Não foi possível fazer contato com o autor da publicação, pois o TikTok não permite troca de mensagens entre contas que não se seguem mutuamente. Buscas por perfil semelhante foram feitas em outras plataformas, como Twitter e Facebook, mas sem sucesso. No Instagram, um perfil com a mesma descrição foi identificado, no entanto, a conta não permite envio direto de mensagem. Apesar da semelhança na descrição do usuário, as contas possuem conteúdos diferenciados e não há elementos que permitam inferir que ambas pertencem à mesma pessoa.
Como verificamos: A postagem verificada é um vídeo em que um homem cita uma declaração de uma executiva da Pfizer, que foi feita ao político holandês e membro do Parlamento Europeu Rob Roos. Busca no Google com os termos “rob roos interview pfizer director vaccine” levou a um vídeo na página de Roos no Facebook em que ele repercute a declaração. A partir do material, foi possível localizar a íntegra da audiência no site do Parlamento Europeu, compreender seu contexto, além de identificar os principais envolvidos.
A postagem verificada traz a inscrição do canal do Telegram do qual o vídeo foi retirado. No Twitter do mesmo canal, foi possível localizar uma publicação com o mesmo vídeo em um formato que permitiu a leitura do nome do homem que faz a afirmação enganosa: Mislav Kolakusic, representante da Croácia no Parlamento Europeu.
Além da declaração da executiva da Pfizer, ele cita, superficialmente, dados do National Health Service (NHS), na Inglaterra. O Comprova fez contato com o NHS, mas não obteve retorno até o fechamento desta verificação. No entanto, pesquisas nos sites da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), do Imperial College of London e da Office for National Statistics (ONS), do Reino Unido, confirmam a efetividade da vacina na prevenção de mortes por covid-19, contrariando o que sugere Mislav Kolakusic na postagem enganosa.
Fala de executiva da Pfizer não tem relação com eficácia da vacina contra covid-19
O vídeo utilizado na postagem verificada mostra uma declaração de Mislav Kolakusic no Parlamento Europeu. Advogado e político croata, ele repercute uma resposta dada no dia 10 de outubro por Janine Small, executiva da Pfizer, ao político holandês Rob Roos, também no parlamento europeu, para sugerir que as vacinas são ineficazes e que, portanto, as farmacêuticas deveriam ser processadas e a União Europeia reembolsada dos gastos para compra dos imunizantes. Kolakusic e Roos são representantes de seus países no parlamento europeu.
À Rob Roos, Janine Small afirma (a partir de 15:31:44) que não foram feitos testes em relação a uma eventual quebra da cadeia de transmissão do coronavírus antes de a vacina da Pfizer ser disponibilizada ao mercado. Em sua página no Facebook, Roos utiliza apenas um trecho da resposta para criticar o passaporte vacinal, implementado em diversos países sob a justificativa de que, ao se vacinar, a proteção era conferida também ao próximo.
À resposta de Janine Small, Mislav Kolakusic acrescenta, em outra ocasião e sem maiores detalhes, que dados da NHS England mostram não haver diferença entre infecções e mortes por covid-19 entre quem foi vacinado com até quatro doses e não vacinados. A afirmação foi compartilhada por Kolakusic no Twitter. Com isso, o croata chama as vacinas de “fake” e pede a interrupção da compra de mais doses, reembolso do que já foi pago e que as farmacêuticas e laboratórios sejam processados.
Dados mostram que vacinados morrem menos
À Rob Roos, Janine Small afirma (a partir de 15:31:44) que não foram feitos testes em relação a uma eventual quebra da cadeia de transmissão do coronavírus antes de a vacina da Pfizer ser disponibilizada ao mercado. Em sua página no Facebook, Roos utiliza apenas um trecho da resposta para criticar o passaporte vacinal, implementado em diversos países sob a justificativa de que, ao se vacinar, a proteção era conferida também ao próximo.
À resposta de Janine Small, Mislav Kolakusic acrescenta, em outra ocasião e sem maiores detalhes, que dados da NHS England mostram não haver diferença entre infecções e mortes por covid-19 entre quem foi vacinado com até quatro doses e não vacinados. A afirmação foi compartilhada por Kolakusic no Twitter. Com isso, o croata chama as vacinas de “fake” e pede a interrupção da compra de mais doses, reembolso do que já foi pago e que as farmacêuticas e laboratórios sejam processados.
Dados mostram que vacinados morrem menos
Ao contrário do que afirma Mislav Kolakusic, dados da Europa e Inglaterra mostram que as vacinas foram eficazes em prevenir mortes por covid-19. A resposta completa de Janine Small (a partir de 15:31:44) contém uma informação desprezada nos vídeos compartilhados por Roos e Kolakusic, que viralizaram nas redes sociais. Ela cita estudo do Imperial College of London, de junho de 2022, que estima que a vacinação contra a covid-19 evitou 19,8 milhões de mortes no mundo. O estudo, publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, analisou dados de 185 países.
Outro dado que se contrapõe à afirmação do político croata é o do Office for National Statistics (ONS), órgão oficial do Reino Unido. A análise das mortes entre 1 de janeiro de 2021 e 31 de maio de 2022 na Inglaterra por covid-19, de acordo com status vacinal, mostra duas principais conclusões:
- Redução consistente de mortes a cada mês após a introdução da terceira dose em setembro de 2021, na comparação entre vacinados com a terceira ou quarta dose e não vacinados ou vacinados com uma ou duas doses.
Outro dado que se contrapõe à afirmação do político croata é o do Office for National Statistics (ONS), órgão oficial do Reino Unido. A análise das mortes entre 1 de janeiro de 2021 e 31 de maio de 2022 na Inglaterra por covid-19, de acordo com status vacinal, mostra duas principais conclusões:
- Redução consistente de mortes a cada mês após a introdução da terceira dose em setembro de 2021, na comparação entre vacinados com a terceira ou quarta dose e não vacinados ou vacinados com uma ou duas doses.
- Maior número de mortes entre quem tomou a segunda dose há seis meses do que entre quem tomou a segunda dose em período posterior, o que indica uma possível redução da proteção conferida pela vacina com o passar do tempo.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA), equivalente à Anvisa no Brasil, mantém uma página em seu site com dados atualizados sobre a segurança e a efetividade das vacinas contra a covid-19 aprovadas na Europa – Pfizer entre elas. Até outubro de 2022, foram quase 926 milhões de doses aplicadas na Europa. A EMA afirma que as vacinas são seguras e efetivas, tendo preenchido todos os critérios da agência relacionados à eficácia, segurança e qualidade em dezenas de milhares de testes.
Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos suspeitos que viralizam nas redes sociais sobre pandemia, políticas públicas do governo federal e eleições presidenciais. O vídeo verificado nega a eficácia empiricamente comprovada da utilização dos imunizantes contra a covid-19, inclusive na redução do número de óbitos e de manifestações mais graves da doença, reforçando discurso negacionista disseminado de diferentes formas em diversas partes do mundo. Em casos assim, a desinformação pode colocar a vida das pessoas em risco.
Outras checagens sobre o tema: Também investigada pelo UOL Verifica, a declaração do croata Mislav Kolakusic foi apontada como distorcida.
Sobre a pandemia, o Projeto Comprova também investigou que é enganoso que vacinação em crianças no Reino Unido foi interrompida devido a aumento de mortes; que órgão de saúde dos EUA não incluiu ivermectina entre terapias contra covid-19; que a morte de seis médicos canadenses não tem relação com o imunizante e que são falsas as alegações de médica que trata vacinação da covid em crianças como “assassinato em massa”.
Por que investigamos: O Comprova investiga conteúdos suspeitos que viralizam nas redes sociais sobre pandemia, políticas públicas do governo federal e eleições presidenciais. O vídeo verificado nega a eficácia empiricamente comprovada da utilização dos imunizantes contra a covid-19, inclusive na redução do número de óbitos e de manifestações mais graves da doença, reforçando discurso negacionista disseminado de diferentes formas em diversas partes do mundo. Em casos assim, a desinformação pode colocar a vida das pessoas em risco.
Outras checagens sobre o tema: Também investigada pelo UOL Verifica, a declaração do croata Mislav Kolakusic foi apontada como distorcida.
Sobre a pandemia, o Projeto Comprova também investigou que é enganoso que vacinação em crianças no Reino Unido foi interrompida devido a aumento de mortes; que órgão de saúde dos EUA não incluiu ivermectina entre terapias contra covid-19; que a morte de seis médicos canadenses não tem relação com o imunizante e que são falsas as alegações de médica que trata vacinação da covid em crianças como “assassinato em massa”.
*Conteúdo investigado por O DIA e Correio. E verificado por Plural Curitiba, NSC Comunicação, Folha de S.Paulo, Estadão, Metrópoles e Estado de Minas.
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