Publicado 26/11/2022 09:41
São Paulo - A partir de 1º de janeiro, Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai passar para o outro lado da mesa de negociações se quiser tirar do papel projetos de interesse dos paulistas que se arrastam há anos - por demora ou discordância do próprio governador eleito quando ministro da Infraestrutura. Na lista estão promessas de construção de ponte ou túnel para ligar Santos ao Guarujá e de concessão da Hidrovia Tietê-Paraná à iniciativa privada. Em ambas as propostas, o aval terá de ser do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante a campanha, Tarcísio firmou o compromisso de executar a ligação no litoral e incentivar o transporte hidroviário - outras promessas foram atreladas à reeleição de Jair Bolsonaro, como trabalhar para reduzir a maioridade penal, colocar fim às audiências de custódia e construir 200 mil unidades habitacionais.
Agora, o ex-ministro terá de negociar em sua antiga pasta a liberação, pela Autoridade Portuária de Santos, de uma licença para executar uma ponte com o Guarujá ou um túnel, modelo preferido por Tarcísio.
Quando comandou o Ministério da Infraestrutura, Tarcísio não deu andamento à proposta paulista. Segundo a gestão Rodrigo Garcia (PSDB), o projeto da ponte sofreu uma série de alterações a pedido do ex-ministro e segue à espera de resposta federal desde novembro de 2020. A obra é orçada em R$ 3,9 bilhões.
Diálogo
A candidatura de Tarcísio, por outro lado, fez andar a liberação de convênio para obra na Hidrovia Tietê-Paraná, após permanecer parado por um ano e meio no Ministério da Infraestrutura. Com o repasse de R$ 340 milhões, a obra abrirá caminho para uma eventual concessão da hidrovia, o que dependerá de aval federal. Em nota, Tarcísio afirmou que a "concessão será estudada".
O futuro governador vai se deparar com pelo menos outras duas demandas na área de mobilidade que poderiam ter sido resolvidas durante sua passagem pelo ministério: uma diz respeito ao preço cobrado nos pedágios do trecho paulista da Via Dutra e a outra é a duplicação da Rio-Santos, que deixou a parte paulista de fora. Ao Estadão, Tarcísio disse que, enquanto esteve como ministro da Infraestrutura, prezou por manter o diálogo com todos os Estados do Brasil.
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