Publicado 28/11/2022 19:01
Aracruz - O pai do atirador que atacou duas escolas em Aracruz (ES), que deixou quatro pessoas mortas e 12 feridos, na última sexta-feira (25), revelou que seu filho não apresentou nenhuma emoção após ter cometido o crime. Em entrevista ao 'Estadão', ele se desculpou com as famílias das vítimas e falou que será punido por omissão da cautela sobre as pistolas às quais o jovem teve acesso.
"Meu mais profundo sentimento de pesar. Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer esse atentado. Se eu pudesse, pediria para cada família o perdão para meu filho, apesar de saber que diante de tamanha dor isso é algo impossível. Gostaria de poder pedir o perdão e dar minha explicação para cada parente das vítimas, mesmo que fosse em vão", comentou o homem.
O pai falou que está sendo ameaçado e vem sofrendo com uma série de fake news. Por conta do crime cometido pelo o jovem, os pais resolveram se esconder para não sofrer nenhum atentado. Ele também contou como conversou com o filho após o crime.
"Eu e minha esposa estávamos na rua resolvendo algumas coisas. Nós tomamos conhecimento através de um grupo do WhatsApp da comunidade aqui. Sou o presidente da associação de moradores, pra você ver que não sou nazista como estão pintando aí nas redes sociais. Minha esposa estava por acaso verificando as mensagens no grupo. Ela viu uma postagem referente a um atentado, a uma violência que aconteceu. A gente ligou para o X. porque ficamos preocupados. Tínhamos deixado ele em casa e a gente estava no centro da cidade. Aí a gente ligou para ele avisando e perguntando se estavam trancados os portões. Falamos para deixar o cachorro solto no quintal porque a princípio tinha ocorrido um tiroteio. E era para ele ficar trancado dentro de casa e soltar o cachorro, não abrir as portas para ninguém", explicou.
"Chegamos em casa uns 30 minutos depois disso e nos deparamos com ele. Ele estava bem tranquilo, parecia que nada tinha acontecido. Eu perguntei se tinha aparecido alguém ali, se tinha visto alguma coisa de violência. Ele falou que não. A gente tinha que sair para ir a um lugar próximo, chamado Mar Azul, a uns 5 km de Coqueiral. Era mais ou menos 11 horas e falei: 'Vamos almoçar logo para a gente ir lá, resolver o que temos que resolver e voltar para casa'. Nós almoçamos, eu, minha esposa e ele. Ele almoçou tranquilamente. Quando a gente chegou em Mar Azul, depois de uns cinco ou dez minutos, uma viatura da Polícia Militar chegou e conversou comigo. Falou que já tinha todas as suspeitas que seria o X. devido ao carro que ele utilizou. Era um outro carro meu, que eu tinha deixado na garagem. E quando eu cheguei em casa o carro estava na garagem, tudo certinho", completou.
O garoto negou o crime no começo, mas depois confessou que tinha sido o responsável pelo ataque. A mãe passou mal e desmaiou ao saber toda a verdade.
"Ele estava super tranquilo, não demonstrou suspeitas, não demonstrou nada. Antes de sair de casa, a gente almoçou. A gente achava que tinha ocorrido um assalto, algo assim. Fomos para Mar Azul. Lá logo chegou a viatura, os colegas conversaram comigo e explicaram a situação. Aí eu chamei o X. Eu perguntei se ele tinha feito aquilo. Ele disse que não, 'vocês estão me acusando, eu não fiz nada não'. Nesse momento ele ficou meio exaltado. Era uma tranquilidade gelada. Mas aí depois ele admitiu. Não teve nenhuma tortura psicológica nem nada assim. Fomos conversando e ele falou que realmente tinha sido ele".
Pai diz que é responsável
"Meu mais profundo sentimento de pesar. Sei que a tragédia que ceifou várias vidas foi cometida por meu filho, um filho criado com todo amor e carinho. Mas não consigo entender o que o levou a cometer esse atentado. Se eu pudesse, pediria para cada família o perdão para meu filho, apesar de saber que diante de tamanha dor isso é algo impossível. Gostaria de poder pedir o perdão e dar minha explicação para cada parente das vítimas, mesmo que fosse em vão", comentou o homem.
O pai falou que está sendo ameaçado e vem sofrendo com uma série de fake news. Por conta do crime cometido pelo o jovem, os pais resolveram se esconder para não sofrer nenhum atentado. Ele também contou como conversou com o filho após o crime.
"Eu e minha esposa estávamos na rua resolvendo algumas coisas. Nós tomamos conhecimento através de um grupo do WhatsApp da comunidade aqui. Sou o presidente da associação de moradores, pra você ver que não sou nazista como estão pintando aí nas redes sociais. Minha esposa estava por acaso verificando as mensagens no grupo. Ela viu uma postagem referente a um atentado, a uma violência que aconteceu. A gente ligou para o X. porque ficamos preocupados. Tínhamos deixado ele em casa e a gente estava no centro da cidade. Aí a gente ligou para ele avisando e perguntando se estavam trancados os portões. Falamos para deixar o cachorro solto no quintal porque a princípio tinha ocorrido um tiroteio. E era para ele ficar trancado dentro de casa e soltar o cachorro, não abrir as portas para ninguém", explicou.
"Chegamos em casa uns 30 minutos depois disso e nos deparamos com ele. Ele estava bem tranquilo, parecia que nada tinha acontecido. Eu perguntei se tinha aparecido alguém ali, se tinha visto alguma coisa de violência. Ele falou que não. A gente tinha que sair para ir a um lugar próximo, chamado Mar Azul, a uns 5 km de Coqueiral. Era mais ou menos 11 horas e falei: 'Vamos almoçar logo para a gente ir lá, resolver o que temos que resolver e voltar para casa'. Nós almoçamos, eu, minha esposa e ele. Ele almoçou tranquilamente. Quando a gente chegou em Mar Azul, depois de uns cinco ou dez minutos, uma viatura da Polícia Militar chegou e conversou comigo. Falou que já tinha todas as suspeitas que seria o X. devido ao carro que ele utilizou. Era um outro carro meu, que eu tinha deixado na garagem. E quando eu cheguei em casa o carro estava na garagem, tudo certinho", completou.
O garoto negou o crime no começo, mas depois confessou que tinha sido o responsável pelo ataque. A mãe passou mal e desmaiou ao saber toda a verdade.
"Ele estava super tranquilo, não demonstrou suspeitas, não demonstrou nada. Antes de sair de casa, a gente almoçou. A gente achava que tinha ocorrido um assalto, algo assim. Fomos para Mar Azul. Lá logo chegou a viatura, os colegas conversaram comigo e explicaram a situação. Aí eu chamei o X. Eu perguntei se ele tinha feito aquilo. Ele disse que não, 'vocês estão me acusando, eu não fiz nada não'. Nesse momento ele ficou meio exaltado. Era uma tranquilidade gelada. Mas aí depois ele admitiu. Não teve nenhuma tortura psicológica nem nada assim. Fomos conversando e ele falou que realmente tinha sido ele".
Pai diz que é responsável
O pai admitiu que vai responder por omissão. "Eu já tenho noção que vou responder por omissão de cautela, que é o crime quando você se omite dos cuidados da arma sob sua cautela e alguém utiliza de forma indevida. Foi o que aconteceu com a arma da corporação que estava comigo. Eu sei que vou responder, mas é como te falei: não quero nenhum tipo de impunidade. Foi um erro meu, que eu responda. Não quero livrar nem minha cara não. Vou ser punido, sim. Não vou ficar inventando defesa mirabolante com advogado não. Assim como quero que meu filho seja punido dentro dos rigores da lei", comentou.
Sobre o filho ter sofrido bullying, ele afirmou que não acredita que esse tenha sido o motivo do crime. "Ele falou que foi por causa do bullying que ele sofreu dois anos atrás mais ou menos. Mas a gente que tem um pouco de experiência nessa área de segurança sabe muito bem que ele está mentindo. Ele tá querendo cobrir alguma outra coisa maior. Eu acredito que ele esteja querendo encobrir as pessoas que o manipularam. Eu ainda não consegui entender a motivação para ir na escola e fazer aquela brutalidade. O bullying não justificaria. O delegado ainda perguntou se ele tinha alguns amigos nisso. Ele falou que foi ele sozinho. Mas a gente não acredita", completou.
Sobre o filho ter sofrido bullying, ele afirmou que não acredita que esse tenha sido o motivo do crime. "Ele falou que foi por causa do bullying que ele sofreu dois anos atrás mais ou menos. Mas a gente que tem um pouco de experiência nessa área de segurança sabe muito bem que ele está mentindo. Ele tá querendo cobrir alguma outra coisa maior. Eu acredito que ele esteja querendo encobrir as pessoas que o manipularam. Eu ainda não consegui entender a motivação para ir na escola e fazer aquela brutalidade. O bullying não justificaria. O delegado ainda perguntou se ele tinha alguns amigos nisso. Ele falou que foi ele sozinho. Mas a gente não acredita", completou.
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