Publicado 02/12/2022 18:40
Brasília - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou nesta sexta-feira, 2, que planeja viajar aos Estados Unidos para se reunir com o presidente americano, Joe Biden, antes da posse em 1º de janeiro. Lula anunciou a chegada de um representante da Casa Branca ao Brasil na próxima segunda-feira, 5, para "conversar e discutir a data" do encontro, que ocorreria depois de 12 de dezembro, quando será diplomado como presidente eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Temos muitas coisas para conversar porque os Estados Unidos padecem de uma necessidade democrática tanto quanto o Brasil. O estrago que Trump fez na democracia americana é o mesmo estrago que Bolsonaro fez no Brasil", disse Lula durante coletiva de imprensa.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, confirmou nesta sexta a jornalistas os planos do encontro.
"Esperamos dar as boas-vindas ao presidente Lula aqui no momento apropriado", disse Kirby, ressaltando que quem irá ao Brasil na segunda-feira será o assessor de Segurança de Biden, Jake Sullivan.
Sullivan se reunirá "tanto com membros do governo Bolsonaro como do futuro presidente, Lula", detalhou o porta-voz.
Sobre os temas na agenda, Lula disse que quer conversar "sobre política, sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos, o papel do Brasil na nova geopolítica mundial, a guerra na Ucrânia, além dos assuntos que ele (Biden), obviamente, quiser conversar comigo".
Lula, presidente entre 2003 e 2010, foi eleito para um terceiro mandato depois de derrotar Bolsonaro, aliado de Trump, no segundo turno das presidenciais, em 30 de outubro.
O líder do Partido dos Trabalhadores, que mantém o mercado apreensivo com a expectativa de confirmação de seus primeiros ministros, em particular os da área econômica, assegurou que não tem pressa em anunciar os nomes, embora já tenha em mente a composição da maioria de seu gabinete.
Lula assinalou que os primeiros nomes de seu ministério serão divulgados após 12 de dezembro. Sobre a promessa eleitoral de criar um ministério dos Povos Originários, Lula disse que poderia ser uma secretaria especial, embora de uma forma ou de outra, será um sinal de respeito às comunidades indígenas e um reforço para proteger a floresta.
Por fim, disse que no sábado fará um novo exame na garganta, após ter se submetido a uma intervenção em 20 de novembro para retirar uma lesão na corda vocal esquerda.
Lula teve um câncer de laringe em 2011, que superou no ano seguinte, após se submeter a sessões de radio e quimioterapia.
"Os médicos me disseram para ficar o maior tempo possível sem falar, mas sinceramente por mais que eu faça esforço, não consigo... Vou ficar bem, preciso da minha voz para governar esse país", concluiu.
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