O senador Sergio Moro acusa Paulo Martins de alterar a declaração racial para receber verba do fundo partidário Cassiano Rosário / Estadão Conteúdo
Publicado 08/12/2022 15:24
Brasília - O ex-juiz e senador eleito pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil) se pronunciou sobre à ação promovida pelo PL para a cassação do mandato. Segundo o ex-ministro da Justiça, o deputado federal Paulo Martins (PL), que ficou em segundo lugar nas eleições para o Senado, quer conquistar a vaga "no tapetão". O PL entregou o pedido à Justiça Eleitoral na última quarta-feira (07), e quer que seja averiguado os gastos da campanha de Moro, uma vez que acreditam existir irregularidades.
Na declaração de Moro, ele acusa Paulo Martins de alterar a declaração racial, visando receber mais verba do fundo partidário. "O mesmo sujeito, Paulo Martins, que mudou de cor nas eleições para se beneficiar do fundo partidário, tem a cara de pau de me acusar falsamente de irregularidade para ganhar o mandato de senador no tapetão. Fez o L junto com Fernando Giacobo", escreveu o ex-ministro.
Logo que a ação foi entregue, Moro fez uma declaração chamando o presidente do PL e o deputado Paulo Martins de "maus perdedores que resolveram trabalhar para o PT e para os corruptos", acrescentando ainda que não teme a ação e que não há irregularidades.
Governo Bolsonaro
O senador fez parte do governo Bolsonaro durante cerca de um ano, pedindo a renúncia em abril de 2020. O motivo declarado pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública era a acusação de possível interferência do presidente na Polícia Federal.
A saída foi conturbada, com Moro trocando acusações e xingamentos com o presidente. "Foi fundamental a autonomia da PF para a gente poder realizar esses trabalhos. Isso é até um demonstrativo da importância de garantir a autonomia das instituições de controle e investigação", afirmou o ex-juiz na época.
No final de 2021, Moro lançou a pré-candidatura à presidência pelo Podemos, tecendo críticas a Lula e Bolsonaro, mas desistiu no percurso até as eleições. Por fim, lançou-se ao senado federal pelo Paraná, ao qual foi eleito.
Já durante o período eleitoral, o ex-ministro fazia menções ao candidato a reeleição, dizendo terem "um inimigo em comum", se referindo ao Partido dos Trabalhadores. Logo no início do segundo turno, o apoio a Bolsonaro, selando as pazes com o candidato.
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