Publicado 13/12/2022 10:13 | Atualizado 13/12/2022 12:52
O fundador da comunidade católica Canção Nova, monsenhor Jonas Abib morreu, aos 85 anos, na noite de segunda-feira, 12, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Segundo a assessoria de impensa da comunidade, a morte foi causada por uma insuficiência respiratória por broncoaspiração e disfagia motora.
Conhecido mais popularmente como padre Jonas Abib, ele chegou a ficar internado por um mês e recebeu alta na semana passada, na quinta-feira, 8, após ficar internado para tratar uma pneumonia. O religioso também seguia, desde 2021, um tratamento quimioterápico de um mieloma (tipo de câncer).
O velório do monsenhor começou às 7h desta terça-feira, 13, e seguirá até quinta-feira, 15, no Santuário do Pai das Misericórdias, em Cachoeira Paulista.
Repercussão
A morte do líder religioso repercutiu na comunidade católica. Arquidiocese do Rio de Janeiro se manifestou afirmando que o monsenhor "se consumiu pela sua missão na igreja". "A Arquidiocese do Rio de Janeiro expressa o seu pesar a toda Comunidade Canção Nova pelo falecimento do Monsenhor Jonas Abib, bem como a todos os seus familiares e amigos. Um homem que se consumiu totalmente pela sua missão na Igreja. Que brilhe para ele a luz eterna."
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) relembrou a trajetória do padre na comunidade católica, com os seus feitos em prol da sociedade agradecendo por seu legado.
"(...) Como se canta no hino de Compromisso: 'Não dá mais pra voltar..., o barco está em alto mar!' O legado deixado pelo Monsenhor Jonas seja corajosamente levado adiante por aqueles que de modo mais próximo o acompanharam, bem como o número grandioso de colaboradores que mantém esta obra que tanto bem tem feito à Igreja, inspirados no seu lema para a vida sacerdotal", disse a nota.
As de Aparecida e de São Paulo também se manifestaram e lamentaram a perda do religioso: "A Arquidiocese de Aparecida se solidariza com a Comunidade Canção Nova e a Diocese de Lorena, nossa sufragânea, pela passagem do Monsenhor Jonas Abib. 'Agora eu sei, que Tu és a vida… Nunca mais eu irei te deixar!' Descanse em paz, grande presbítero da Igreja!".
"(...) A Igreja Particular de Lorena, enlutada, mas grandemente agradecida pelo contributo do Monsenhor Jonas Abib, reza pelo seu descanso junto daqueles que estão "de pé diante do Trono do Cordeiro", e suplica ao Pai das Misericórdias que conforte e dê serenidade aos familiares, aos filhos espirituais, aos amigos, nessa hora de dor e separação, sustentados pela fé na certeza da Ressurreição!", publicou a Arquidiocese de São Paulo.
Nas redes sociais, o governador eleito de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), também destacou o legado deixado por ele "Continuará guiando e evangelizando milhares de pessoas por todo o Brasil".
Já Lu Alckmin, esposa do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), disse que ele foi "um ser de luz que nos ensinou tanto com seu exemplo de amor ao próximo e um incansável trabalho de evangelização. Uma perda muito triste".
Quem é Jonas Abib
O religioso nasceu em Elias Fausto, São Paulo, em 21 de dezembro de 1936. Filho de Sérgio Abib, ascendente sírio-libanês, e de Josepha Pacheco Abib, de ascendência italiana, ele passou a morar em São Paulo desde criança.
Foi na capital paulista que Abib teve seu primeiro contato com a religião. Aos sete anos, iniciou o curso de primeiro grau no Colégio Padre Moye, dirigido pelas Irmãs da Providência de Gap.
Ele se mudou para o Vale do Paraíba em 1950, quando tinha 13 anos e foi transferido para o seminário salesiano do Colégio São Manoel, em Lavrinhas. Na região, ele ainda estudou em colégios católicos em Pindamonhangaba e Lorena.
Jonas foi ordenado sacerdote em 1964. Nos primeiros passos como padre, decidiu se dedicar ao trabalho com os jovens, por meio de assistência, retiros e dando aula na Faculdade de Ciências e Letras de Lorena.
Foi na capital paulista que Abib teve seu primeiro contato com a religião. Aos sete anos, iniciou o curso de primeiro grau no Colégio Padre Moye, dirigido pelas Irmãs da Providência de Gap.
Ele se mudou para o Vale do Paraíba em 1950, quando tinha 13 anos e foi transferido para o seminário salesiano do Colégio São Manoel, em Lavrinhas. Na região, ele ainda estudou em colégios católicos em Pindamonhangaba e Lorena.
Jonas foi ordenado sacerdote em 1964. Nos primeiros passos como padre, decidiu se dedicar ao trabalho com os jovens, por meio de assistência, retiros e dando aula na Faculdade de Ciências e Letras de Lorena.
Em 1971, o padre ficou muito marcado por participar da Renovação Carismática Católica. Ele passou a se empenhar ainda mais no trabalho com os jovens e, em 1978, fundou a Comunidade Canção Nova, que tem como objetivo evangelizar por meio da comunicação social.
A comunidade se popularizou primeiro com o rádio, depois com a TV e, hoje, também com a internet. Com isso, o líder religioso passou a ser conhecido no país todo e mobilizou milhares de fiéis na sede da Canção Nova.
Em 2002, ele esteve com o Papa João Paulo II, encontro que foi considerado por ele como uma “confirmação de sua missão''. Em 2005, participou dos funerais do Papa, no Vaticano, e acompanhou o processo de eleição de Bento XVI.
Em 2002, ele esteve com o Papa João Paulo II, encontro que foi considerado por ele como uma “confirmação de sua missão''. Em 2005, participou dos funerais do Papa, no Vaticano, e acompanhou o processo de eleição de Bento XVI.
Em 2005, participou dos funerais do Papa João Paulo II, no Vaticano, e acompanhou o processo de eleição de Bento XVI fazendo comentários ao vivo pela TV Canção Nova.
Dois anos depois, em 2007, aos 70 anos, gravou seu primeiro DVD musical, intitulado "Como é linda a nossa família". O show foi realizado, no teatro da AMAM, em Resende, no Rio, e teve a participação de cantores da Canção Nova. Lançado no dia 2 de fevereiro do ano seguinte, quando a Comunidade completou 30 anos, o trabalho apresenta algumas das melodias consagradas em sua caminhada na música católica.
O título de monsenhor foi concedido ao religioso pelo Papa Bento XVI no dia 17 de outubro, em 2007, a pedido do bispo da diocese de Lorena, Dom Benedito Beni Santos. O título é dado pelo Papa a padres que se destacam por relevantes serviços prestados à Igreja e ao povo de Deus em suas dioceses.
O título de monsenhor foi concedido ao religioso pelo Papa Bento XVI no dia 17 de outubro, em 2007, a pedido do bispo da diocese de Lorena, Dom Benedito Beni Santos. O título é dado pelo Papa a padres que se destacam por relevantes serviços prestados à Igreja e ao povo de Deus em suas dioceses.
Em 2008, a comunidade recebeu o Reconhecimento Pontifício, em Roma, no Vaticano. Desde então, é considerada uma "Associação de fiéis Internacional de Direito Pontifício", que significa estar a serviço não somente da Igreja local (arquidiocese ou diocese), mas a serviço da Igreja no mundo inteiro.
Seis anos depois foi assinado o decreto que concedeu à Canção Nova o Reconhecimento Definitivo do Vaticano.
Seis anos depois foi assinado o decreto que concedeu à Canção Nova o Reconhecimento Definitivo do Vaticano.
Canção Nova
A Comunidade Canção Nova é uma comunidade carismática católica, fundada em 1978 pelo padre Jonas Abib, com sede em Cachoeira Paulista. O espaço no interior de São Paulo é visitado por milhares de pessoas em busca de encontros religiosos, como retiros, e momentos de orações.
Em 2004, Abib inaugurou o Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes, local para mais de 80 mil pessoas, sendo um dos maiores espaços cobertos para a realização de eventos católicos da América Latina.
Pouco tempo depois, a comunidade católica passou a atuar nos meios de comunicação e, hoje, é um dos maiores sistemas de comunicação social para a Evangelização Católica no Mundo. Além de possuir várias emissoras de rádio espalhadas pelo Brasil, conta com uma emissora de TV.
A Canção Nova promove eventos em todo o Brasil, como shows, retiros, encontros, acampamentos de oração, e tem também uma linha de produtos diversificada: livros, CDs, DVDs, LPO, vídeos, vestuário, entre outras coisas.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.