Tabata Amaral defende que Lula brigue pelo fim do orçamento secretoPablo Valadares/Câmara dos Deputados
Publicado 15/12/2022 17:45
A deputada federal reeleita Tabata Amaral (PSB-SP) defendeu que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) brigue pelo fim do orçamento secreto. A parlamentar afirmou que o mecanismo tem prejudicado as contas públicas e facilita a corrupção. Ela também relatou que o futuro governo precisa dialogar.
“A corrupção aconteceu no Brasil em todos os governos desde a redemocratização. Não é para dizer que a culpa é da esquerda, a culpa é da direita. É um problema crônico, que faz com que as pessoas, na periferia inclusive, não confiem na política e nos partidos. Se a gente não entende que a corrupção é parte do que levou à eleição do Bolsonaro e que o orçamento secreto é o maior escândalo de corrupção da nossa história recente, talvez a gente possa cometer o mesmo erro nessa direção”, comentou Tabata em entrevista para a Folha de S.Paulo publicada nesta quinta-feira (15).
“O nível de corrupção que temos com o orçamento secreto. Tiraram dinheiro da merenda escolar para financiar a reeleição do Bolsonaro. Dinheiro que dizem que está indo para a educação, na verdade, não está. Essa conta não vale a pena. Sou absolutamente contra. Não se governa com o orçamento secreto . E vou tentar fazer esse convencimento”, acrescentou.

Para dar um fim na corrupção, a deputada acredita que é preciso olhar exemplos de outros países. “Acho que falar do passado ajuda muito pouco. Até porque é muito fácil julgar depois que a coisa passou, né? Agora, o que eu sei é o que dá para fazer de diferente para o futuro. Será que não vale a pena ter algo dentro do governo para pensar o combate à corrupção? Outros países entenderam que o caminho era ter uma comissão interministerial voltada ao tema. É só não colocar esse problema debaixo do tapete, sabe? É encarar como uma luta contínua”, opinou.

Tabata defende diálogo
A deputada demonstra otimismo sobre o governo Lula. Na avaliação dela, a próxima gestão tem maior abertura para escutar as pessoas.

“Vejo um contexto mais favorável a partir de 2023. O presidente Lula é uma das figuras mais amplas da política brasileira. Em governos passados, levou para o governo pessoas que inclusive não o tinham apoiado na campanha. Dialogou com o Congresso e com quem pensava diferente. Aposto muito nessa amplitude dele e no cansaço que a população está com essa divisão toda”, pontuou.
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