Publicado 17/12/2022 19:11
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) confirmou para segunda-feira (19) a greve da categoria entre 6h e 8h, que poderá se repetir por prazo indeterminado. Segundo a entidade, serão atrasadas as decolagens de voos de alguns dos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.
O SNA afirmou neste sábado (17) que a categoria vai seguir seu "manual de greve", em que mantém 100% dos tripulantes a postos, mas uma parcela deles (de 1% a 2%) vai atrasar alguns voos. Nenhum será cancelado e todas as viagens serão realizadas, ainda que após os horários agendados pelas companhias aéreas.
Dessa forma, o SNA afirma que vai cumprir a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que, nesta sexta-feira (16), determinou que 90% dos pilotos e comissários mantenham suas atividades durante o período da paralisação.
A ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, do TST, também impôs multa de R$ 200 mil caso o SNA não cumpra a determinação. A decisão atendeu parcialmente o pedido feito pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), que solicitava o cancelamento total da greve, em detrimento da decisão pela paralisação, e multa de R$ 500 mil por dia.
De acordo com a magistrada, a greve tem aptidão para gerar graves impactos na sociedade, notadamente por ser aprovada em período de aumento da demanda no setor de transporte coletivo aéreo.
Aumento real
A principal reivindicação da categoria é a recomposição inflacionária dos salários e aumento real de 5%. Os aeronautas pedem também a definição de horários de folgas, proibição de alteração das escalas e cumprimento da regra de tempo mínimo em solo entre voos.
O Snea afirmou, em seu pedido ao TST, que desde a primeira reunião de negociação os aeronautas sinalizaram que não abririam mão do aumento real. "Mesmo as empresas se esforçando ao máximo e apresentando proposta de reajuste de 100% do INPC, diárias nacionais, seguro de vida e vale alimentação, além de conceder outros pleitos sociais dos aeronautas", informou a entidade.
Os aeronautas, por sua vez, argumentam que os altos preços das passagens aéreas aumentaram também os lucros.
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