Publicado 21/12/2022 13:46 | Atualizado 21/12/2022 15:29
Uberaba (MG) - Uma professora jogou um balde de água em uma criança de 5 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), em uma escola municipal em Uberaba, interior de Minas Gerais.
O caso aconteceu dentro do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei). A mulher não teve nome nem idade divulgados. O flagrante foi registrado na última segunda-feira, 19, por uma vizinha do local, que fica no bairro Jardim Induberaba. Confira:
Segundo inquérito da Polícia Civil, que investiga o caso, a moradora pediu o número do telefone da mãe da criança sob a justificativa de que teria vídeos do interesse dos responsáveis para mostrar.
A mãe olhou os registros ao chegar em casa. No vídeo, a criança aparece nua e embaixo de chuva, momentos antes de ser molhada com o balde.
A mulher chegou a ser levada à 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Uberaba para prestar depoimento, mas foi liberada pouco depois. A vítima passou por exame de corpo de delito, que identificou escoriações.
A Prefeitura de Uberaba informou em nota ao O DIA que, após receber a denúncia de maus-tratos em unidade escolar da rede, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) afastou preventivamente a profissional envolvida.
"Ela será notificada sobre os fatos ocorridos, para que possa se manifestar dentro do prazo definido pela legislação", acrescentou o Executivo municipal, informando que "a Semed está à disposição da família do aluno".
Na ocasião, a Polícia Militar precisou ser acionada à unidade. O secretário municipal de Educação, Celso Neto, também esteve no local, e foi até à delegacia para apurar a situação. O candidato a deputado estadual por MG, Thiago Mariscal (Pros), também chegou a conversar com o pai da criança.
"Quero justiça e que isso não ocorra com o filho de outras famílias, porque é muito triste. A justiça vai ser feita, tenho certeza", enfatizou o pai.
O caso chocou os moradores de Uberaba, que chegaram a protestar na porta do Cemei na terça-feira, 20. Segundo o secretário da Educação, alguns manifestantes chegaram a xingar profissionais da unidade. A repercussão também aconteceu nas redes sociais.
"Como eu fico tranquilo mandando meu filho pra escola?", questionou um internauta. "O pior é ver que ninguém faz nada e deixa impune", afirmou outro. "Que mundo é esse, meu Deus? Onde se deixa um filho pra ter aprendizado e ser acolhido, uma professora faz isso", lamentou uma terceira pessoa.
Questionada pelo O DIA sobre medidas que estão sendo tomadas para evitar novos casos como este, a prefeitura também informou que, representantes do Departamento de Educação Inclusiva e da Seção de Assistência ao Educando da Semed estiveram no local nesta terça-feira.
Conforme a gestão, o objetivo é "oferecer orientação aos profissionais do magistério e promover uma prática de acolhimento coletiva, contando com psicólogos, assistentes sociais e assessoria pedagógica". "A Semed segue acompanhando toda a situação e à disposição para maiores esclarecimentos", concluiu a pasta.
A reportagem também buscou pronunciamento da Secretaria de Educação de Minas Gerais, que se limitou a dizer que "a responsabilidade é da prefeitura de Uberaba" e que a pasta "responde apenas pelas unidades escolares da rede pública estadual".
*Reportagem da estagiária Ester Lima, sob supervisão de Raphael Perucci
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