Publicado 30/12/2022 12:46 | Atualizado 30/12/2022 12:49
Brasília - O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse nesta sexta-feira, 30, que passou os últimos dois meses buscando "alternativas" à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. "Como foi difícil ficar dois meses calado, buscando alternativas", afirmou o chefe do Executivo em uma live de pouco mais de 50 minutos no último dia útil de seu governo.
Bolsonaro usou mais uma vez o termo "quatro linhas da Constituição", uma de suas marcas, para falar sobre sua conduta durante o pleito. "Mesmo dentro das quatro linhas da Constituição, você tem que ter apoio".
Ele negou que tenha sido procurado para fazer algo "errado" e completou que "certas medidas têm que ter apoio do parlamento, do Supremo, das instituições". "Busquei dentro das quatro linhas se tinha alternativa para isso aí", ressaltou, sobre tentativa de anular a votação encampada pelo partido sobre o qual está atualmente abrigado, o PL.
Adotando um tom emotivo, mas visivelmente abatido, Bolsonaro buscou reanimar a militância, que vem lhe cobrando uma participação mais ativa. Desde que não conseguiu se reeleger, o presidente abandonou até mesmo as lives semanais que marcaram seu mandato.
Claramente falando para seus apoiadores, Bolsonaro mais uma vez não parabenizou Lula pela vitória, tampouco reconheceu claramente sua derrota, e manteve a coerência em seu discurso, porém, com uma retórica menos agressiva contra figuras que tomou como adversárias ao longo dos últimos anos.
Ele, por exemplo, voltou a falar que as eleições não foram isentas e colocou em xeque a isenção da Justiça Eleitoral. "Voto você vê pelas ruas; levamos multidões para as ruas. Esperanças de vitória eram palpáveis. Fomos massacrados no horário eleitoral. Tivemos medidas adotadas pela Justiça Eleitoral que ninguém conseguia entender. Obviamente não foi uma campanha imparcial", alegou.
Aliados do presidente esperam que ele se coloque como uma voz da oposição no próximo governo, mas têm se desapontado com sua postura desde o fim das eleições, quando ele decidiu se recolher Agora, o presidente deve viajar aos Estados Unidos, onde pretende, conforme pessoas próximas, passar alguns meses.
Bolsonaro se emocionou e disse que chegou ao cargo com "um propósito" e afirmou que "não vai demorar muito tempo para o Brasil voltar para normalidade".
Ele pediu ainda que a militância mantenha a calma: "Quando alguém faz algo que você não gosta, não vá para o ataque, não vá para a ameaça."
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