Publicado 21/01/2023 15:08
Brasília - Um dia após reunir os comandantes das Forças Armadas, sexta-feira, 20, no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu neste sábado, 21, o general Júlio César de Arruda, que desde o dia 30 de dezembro de 2022, ocupava interinamente o cargo de comandante do Exército. O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, comandante militar do Sudeste, assume o posto.
Após o acerto costurado pela equipe de transição do governo Lula, Arruda foi confirmado no cargo de comandante do Exército pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, no dia 6 de janeiro. Desde a invasão golpista protagonizada por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas sedes dos Três Poderes, em Brasília, Lula não escondeu o incômodo público e sentimento de desconfiança com alguns integrantes das Forças Armadas pela ineficaz atuação, de inteligência, logística e física, nos atos de terror do dia 8 de janeiro.
O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, coincidentemente, ganhou destaque no noticiário na sexta-feira, 20, após a repercussão do forte e legalista discurso no quartel-general do Comando Militar do Sudeste (CMSE). Sem meias palavras, foi direito ao afirmar que o resultado das urnas deve ser respeitado. Foi a primeira manifestação pública de um comandante militar desde os ataques golpistas à sede dos três Poderes, em Brasília, no dia 8.
"Vamos continuar garantindo a nossa democracia, porque a democracia pressupõe liberdade e garantias individuais e públicas. E é o regime do povo, de alternância de poder. É o voto. E, quando a gente vota, tem de respeitar o resultado da urna."
Um dos três mais antigos oficiais generais do Alto Comando do Exército (ACE), Tomás, como é conhecido, foi um dos comandantes que se opuseram a qualquer tentativa de virada de mesa após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial. Por isso, tornou-se alvo, ao lado de outros integrantes do ACE, de uma campanha difamatória de bolsonaristas.
Reunião com militares
No encontro que reuniu o agora exonerado Julio Cesar de Arruda (Exército), Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) buscou a reaproximação com Forças Armadas, muito desgastada pelo alinhamento com o bolsonarismo, mas não deixou de cobrar punição aos militares envolvidos nos atos golpistas e despolitização nos quartéis. Todos foram unânimes na decisão de punição aos casos de episódios de indisciplina e crimes cometidos no dia 8 de janeiro.
No encontro que reuniu o agora exonerado Julio Cesar de Arruda (Exército), Marcos Sampaio Olsen (Marinha) e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica) buscou a reaproximação com Forças Armadas, muito desgastada pelo alinhamento com o bolsonarismo, mas não deixou de cobrar punição aos militares envolvidos nos atos golpistas e despolitização nos quartéis. Todos foram unânimes na decisão de punição aos casos de episódios de indisciplina e crimes cometidos no dia 8 de janeiro.