Publicado 11/02/2023 20:03
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles demonstrou insatisfação com o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação aos comentários feitos contra o BC. Na avaliação dele, o petista tem apresentado um comportamento antigo e gera incertezas no mercado.
“O Lula está numa fase diferente. Ele foi presidente duas vezes, depois teve o governo Dilma, que ele acha que foi injustiçado pelo mercado, pelas empresas. Teve uma vida pessoal difícil nesse período. O Lula acha que está num período de fazer aquilo que ele acreditava no passado. É importante mencionar que ele foi candidato em 1989, 1994 e 1998, defendendo linhas desse tipo”, disse o economista em entrevista dada neste sábado, 11, ao Estadão.
“O Lula fez uma mudança em 2002, quando lançou a Carta aos Brasileiros, no primeiro mandato. Mas está um pouco numa volta ao passado, às campanhas que ele fez na década de 1990 e, portanto, é algo que é surpreendente considerando que ele fez um governo que deu certo, mas, por outro lado, dá para entender pela história toda o que o está influenciando a essa altura”, acrescentou.
Henrique Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois primeiros governos de Lula (2003 a 2010). Em 2016, ocupou o cargo de Ministro da Fazenda no governo Michel Temer, deixando o cargo em 2018 para concorrer ao cargo de presidente da República pelo MDB.
Henrique Meirelles defende independência do Banco Central
“O Lula está numa fase diferente. Ele foi presidente duas vezes, depois teve o governo Dilma, que ele acha que foi injustiçado pelo mercado, pelas empresas. Teve uma vida pessoal difícil nesse período. O Lula acha que está num período de fazer aquilo que ele acreditava no passado. É importante mencionar que ele foi candidato em 1989, 1994 e 1998, defendendo linhas desse tipo”, disse o economista em entrevista dada neste sábado, 11, ao Estadão.
“O Lula fez uma mudança em 2002, quando lançou a Carta aos Brasileiros, no primeiro mandato. Mas está um pouco numa volta ao passado, às campanhas que ele fez na década de 1990 e, portanto, é algo que é surpreendente considerando que ele fez um governo que deu certo, mas, por outro lado, dá para entender pela história toda o que o está influenciando a essa altura”, acrescentou.
Henrique Meirelles foi presidente do Banco Central durante os dois primeiros governos de Lula (2003 a 2010). Em 2016, ocupou o cargo de Ministro da Fazenda no governo Michel Temer, deixando o cargo em 2018 para concorrer ao cargo de presidente da República pelo MDB.
Henrique Meirelles defende independência do Banco Central
Meirelles trata como um erro o presidente Lula criticar o Banco Central. “Esses ataques ao Banco Central, do ponto de vista objetivo do que gostaria o presidente, que é baixar a taxa de juros, têm o efeito contrário. Na medida em que ele ataca o Banco Central, cria ruídos e incertezas no mercado. E o que acontece? As expectativas de inflação sobem, o que força o Banco Central a ser um pouco mais duro na sua política monetária do que seria caso o presidente sinalizasse o contrário”, opinou.
“Deixe o Banco Central trabalhar. É a melhor forma de conseguir que os juros baixem o máximo possível”, aconselhou o ex-ministro.
“Quanto mais o Banco Central for visto como capaz de tomar as suas próprias decisões e controlar a inflação, mais caem as expectativas e mais o BC pode cortar a taxa de juros, que é o desejo de todos, inclusive do próprio Banco Central, desde que não cause inflação e seja possível dentro das projeções inflacionárias dos modelos”, concluiu.
“Deixe o Banco Central trabalhar. É a melhor forma de conseguir que os juros baixem o máximo possível”, aconselhou o ex-ministro.
“Quanto mais o Banco Central for visto como capaz de tomar as suas próprias decisões e controlar a inflação, mais caem as expectativas e mais o BC pode cortar a taxa de juros, que é o desejo de todos, inclusive do próprio Banco Central, desde que não cause inflação e seja possível dentro das projeções inflacionárias dos modelos”, concluiu.
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