O general Hamilton Mourão abriu as portas do Planalto para encontro com ex-militares, como o megatraficante Milton ConstantinoReprodução
Publicado 16/02/2023 12:58
Brasília - Senador eleito pelo Rio Grande do Sul, o general Hamilton Mourão (Republicanos) abriu, no dia 9 de março de 2019, as portas do Palácio do Planalto para um dos maiores traficantes de cocaína do país, quando exercia o cargo de vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL). A reportagem da 'Agência Sportlight' revela a audiência com o 'empresário' Milton Constantino da Silva, de 44 anos, preso pela Polícia Federal em novembro de 2020 na operação 'Enterprise' por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico e organização criminosa.
No encontro, o fortalecimento do patriotismo no país estava na pauta. No entanto, a reunião não constava na agenda oficial do então vice-presidente. A publicação de fotos nas redes sociais não apenas confirmou o encontro, como os temas levados à mesa de debate, como "a participação mais efetiva dos reservistas das Forças Armadas Brasileira junto à sociedade brasileira, auxiliando na promoção da cidadania, patriotismo e fortalecendo a Associação de Reservistas", diz trecho da reportagem. 
A ficha criminal de Constantino já era vasta antes do encontro extraoficial com Mourão. Em 2011, ele já havia sido condenado a 11 anos de prisão por formação de quadrilha, falsificação de documento público e receptação. No entanto, a pena prescreveu em 2014 sem punição. Na data visita ao Planalto, ele já estava sob investigação da Polícia Federal.
Ex-militar, Constantino visitou a sede do governo federal acompanhado por outros quatro reservistas para sugerir as propostas. O grupo viajou até Brasília em um avião da facção criminosa usado para transportar cocaína. Segundo investigação da Polícia Federal, Constantino era o '02' da quadrilha comandada por Sérgio Roberto de Carvalho, de 63 anos.
Ex-major da Polícia Militar do Mato Grosso, ele é considerado o maior traficante brasileiro em atividade e ganhou o status de 'Pablo Escobar brasileiro', em alusão ao megatraficante colombiano. Carvalho foi preso em junho de 2022 na Hungria.
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