Muitas vezes, os alertas da Defesa Civil são ignorados pela populaçãoDivulgação
Publicado 21/02/2023 16:54
O Brasil tem hoje já mapeadas pela Defesa Civil Nacional aproximadamente 14 mil pontos de riscos altíssimos de desastre e 4 milhões de pessoas morando nessas áreas. A informação foi dada pelo ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, nesta terça-feira, 21. 
O ministro disse que, apesar de muitos municípios ainda precisarem se organizar mais, o Brasil tem um sistema de Defesa Civil bem estruturado e organizado. “Temos uma comunicação vertical muito assertiva no que diz respeito estados e União”, destacou.

Waldez Góes disse que desde quinta-feira, 16, devido aos alertas de chuva, a Defesa Civil Nacional teve reuniões com autoridades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Ele ressaltou que a população resiste muito em acreditar nos alertas.
“É bom a gente lembrar quem está lidando com informações. As pessoas, às vezes, tendem a querer acreditar que não vai acontecer [um desastre]. Então acabam ficando nas suas casas, ou se deslocando [para o local onde foi dado o alerta], como é o caso do litoral paulista norte, uma região belíssima, de turismo muito forte, sempre muito buscada nesses períodos”.

O ministro lembrou que, além dos moradores, que são milhares de pessoas, parentes ou pessoas a trabalho ou a lazer, se deslocam para a região nesse período carnavalesco. “Então tudo isso ainda aumenta mais as possibilidades de risco serem ainda mais eminente”, avaliou.

Assistência
Segundo o Secretário Nacional de Defesa Civil, Wolnei Wolff, os próximos dias ainda devem ser de tensão, já que a previsão é ainda de muita chuva no litoral norte de São Paulo. “Estão previstas entre 100 e 150 milímetros. Nós estivemos ontem (segunda-feira, 20] lá [São Sebastião] e o dia estava bastante tranquilo, ensolarado, mas à noite a gente sabe que caiu uma chuvinha. Para região da Serra da Mantiqueira, a previsão para hoje [terça-feira, 21] é em torno de 250 milímetros de chuva”, alertou.

Já o ministro Waldez Góes disse que, nesse primeiro momento, o plano de trabalho está focado em assistência às cidades de São Sebastião, Ilhabela, Ubatuba, Carapicuíba, Bertioga e Guarujá.

“São mais de 600 homens e mulheres atuando no resgate de pessoas, limpando, desobstruindo estradas, encontrando mortos, levando pessoas para hospitais, distribuindo água, transportando gente com a aeronave. Então, isso tudo já é força tarefa da Defesa Civil integrada. É o governo federal do presidente Lula, governo municipal e governo estadual. Então já há uma atuação muito forte”, disse, lembrando que em 24 horas as chuvas na região de São Sebastião superaram os 600 milímetros.

Em outra frente, segundo o ministro, as prefeituras das cidades atingidas, que já tiveram estado de calamidade reconhecidas, trabalham na elaboração dos planos de trabalho para que sejam feitas as transferências de recursos financeiros e iniciar os trabalhos que restabeleçam a situação de normalidade e de reconstrução das cidades.

“Tudo aquilo que for necessário reconstruir, tendo o plano de trabalho, o governo do presidente Lula autoriza a apoiar. Nós temos mais 1.300 municípios no Brasil com problema de situação de emergência já decretada e homologada pela Defesa Civil Nacional, e que têm recebido apoios mais distintos. Temos recursos. O que ocorre é que a gente precisa dos planos de trabalho”, explicou Góes.

Waldez Góes ressaltou o trabalho integrado do governo federal com as prefeituras e governo do estado de São Paulo, e como exemplo, disse que programas de habitação como o Minha Casa, Minha Vida, podem ser priorizados em cidades afetadas ou com muitas pessoas em áreas de risco.


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