Gakiya foi quem informou Sergio Moro sobre o plano para matar sua famíliaAlesp
Publicado 26/03/2023 08:37
Publicidade
O promotor Lincoln Gakiya, responsável pela investigação que descobriu o plano do PCC de matar o senador Sergio Moro(União Brasil-PR), se disse ofendido com a fala do presidente Lula (PT) de que todo este caso seria uma armação do ex-juiz. A declaração foi dada em entrevista ao jornal ''Estado de São Paulo''.
''A polícia é do Estado. Isso me deixa muito constrangido, quando se tenta usar a polícia para fins políticos. Os governantes vão passar e as instituições vão permanecer. Sou crítico quando esses políticos usam a remoção dos líderes do PCC. Essa remoção acabou com minha vida e da minha família. Fiquei com o ônus e os políticos ficaram com o bônus. Agora, falar que a polícia inventou essa operação está ofendendo a mim e ao Ministério Público. Essa operação começou com o Ministério Público de São Paulo. Levamos no dia 30 de janeiro a informação ao Moro e à sua esposa'', revelou.
Gakiya também revelou que, ainda em janeiro, deu um prazo para poder identificar e prender os envolvidos com as ameaças ao senador e à sua família.
''Prometi que, em três meses, íamos identificar essas pessoas e efetuar as prisões. Aí eu louvo o trabalho da Polícia Federal. O Moro é um crítico do ministro da Justiça e opositor do presidente, mas a PF é republicana. Em apenas 45 dias, ela concluiu seu trabalho'', garantiu.
Até o momento, a Polícia Federal prendeu nove pessoas suspeitas de arquitetar o crime para matar Moro.
Ameaças ao promotor
Era 17 de janeiro de 2005. O promotor Lincoln Gakiya estava em uma farmácia, comprando fraldas, quando recebeu um telefonema que mudou sua vida. "Vá para casa já e aguarde lá, que a polícia vai entrar em contato contigo." Fazia dois dias que seu segundo filho havia nascido. Pouco antes, ele tinha apresentado denúncias contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e pedido a internação deles em prisão de segurança máxima.
A ligação era de um colega, de São Paulo, que interceptou plano para matar Gakiya, em Presidente Venceslau (SP). Desde então, sucederam-se as acusações contra membros da facção, mais de mil denúncias oferecidas.
Entre elas, em 2018 ele conseguiu mandar para o sistema penitenciário federal Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC. Além disso, em 2013 denunciou 175 membros do grupo criminoso.
Por conta disso, Gakiya convive com ameaças e uma 'rotina secreta' para evitar ataques surpresas de criminosos. Sua residência fica em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, e vive rodeada de policiais. O promotor também chegou a afirmar que sua casa também é vigiada por drones do crime organizado.
 Com informações do jornal ''Estado de São Paulo''.
Publicidade
Leia mais