Deltan Dallagnol é acusado de praticar abuso do poder econômico e caixa dois na campanha eleitoralFernando Frazão / Agência Brasil
Publicado 28/03/2023 18:53
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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) é acusado pelo PT de ter praticado abuso do poder econômico, caixa dois e utilizado verba de fontes proibidas durante as eleições de 2022. O Partido dos Trabalhadores move um processo contra o parlamentar na Justiça Eleitoral e apresentou notas fiscais de pagamentos feitos ao ex-estagiário Matheus Almeida Rios do Carmo com recursos do Fundo Partidário.
Entre fevereiro e junho do ano passado, quando Deltan ainda estava em sua pré-campanha, o Podemos do Paraná pagou o ex-estagiário do ex-procurador com dinheiro do Fundo Partidário, conforme mostram notas fiscais divulgadas em veículos de comunicação do estado paranaense, no qual o iG teve acesso nesta terça-feira, 28.

De acordo com a ação apresentada pelo PT para a Justiça Eleitoral, a contratação de Matheus teve como principal função desviar dinheiro do Fundo Partidário para quitar despesas pessoais e da pré-campanha de Dallagnol. O mecanismo feito pelo ex-procurador fez com que os pagamentos ultrapassem os R$ 100 mil, aponta o Partido dos Trabalhadores.

A legenda ainda acusa Deltan de ter tido despesas enormes na pré-campanha sem apontar quais as origens dos recursos. Por conta disso, os petistas argumentam que há indícios de que o contrato com o ex-estagiário tinha como objetivo desviar dinheiro público para quitar dívidas feitas antes do começo da campanha.

O PT declara que Dallagnol cometeu abuso do poder econômico, caixa dois e utilizou verbas de fontes proibidas. A agremiação ainda argumenta que o ex-procurador cometeu outros crimes penais e eleitorais, como lavagem de dinheiro do Fundo Partidário.

A legenda, representada no caso pelo advogado Luiz Eduardo Peccinin, alega que os valores pagos por Deltan são maiores do que “todos imaginavam” e que não há nenhuma menção nas notas de que o ex-estagiário era um consultor político, justificativa dada por Dallagnol sobre os pagamentos.
Outro ponto apresentado pelo PT é o fato que Matheus não tinha “vasta atuação jurídica”, conforme alegou o deputado federal, pois o Podemos foi o único cliente do ex-estagiário. O que chamou a atenção de Peccinin é que o partido de Dallagnol já tem advogados especialistas à sua disposição.

O outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação de Deltan Dallagnol, mas ainda não teve retorno. Caso a defesa do deputado se manifeste, a reportagem será atualizada.
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