Rodrigo Tacla Duran, ex-advogado da Odebrecht e apontado na operação Lava Jato como um dos operadores do esquema de corrupção envolvendo a empreiteiraReprodução
Publicado 29/03/2023 10:44
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Advogado e com dupla cidadania — brasileira e espanhola — Rodrigo Tacla Duran, de 49 anos, hoje vive em Madri, na Espanha, e diz trabalhar "pelas prerrogativas e garantias fundamentais da advocacia que garantem o amplo direito de defesa ao cidadão".

Duran é acusado de lavagem de dinheiro pela Operação Lava Jato e trabalhou para várias empreiteiras que foram alvo da operação, como Odebrecht, UTC e Mendes Junior.

Atualmente, o advogado mantém um escritório de advocacia com sede em São Paulo com representantes em várias partes do Brasil e do mundo, segundo aponta o site de Duran.

No início desta semana, ele acusou o ex-juiz, ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) e atual senador Sergio Moro (União-PR) de extorsão e o ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) de perseguição. Ambos os parlamentares negam as acusações feitas por Tacla Duran.

Nas redes do advogado, grande parte das publicações são críticas a Moro, a Deltan e à Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

As acusações de Duran foram feitas durante um depoimento ao atual juiz da operação em Curitiba, Eduardo Appio.

Na última terça, 28, o magistrado pediu urgência na apuração do caso pela PF e colocou Tacla Duran no programa federal de proteção a testemunhas.

Conforme a decisão de Appio, "a urgência da medida se dá em face de potencial risco de vida da testemunha a ser protegida, ante grande poderio econômico e político dos denunciados por Rodrigo Tacla Duran".

Quem é Tacla Duran?
Em 2016, Rodrigo Tacla Duran foi alvo de mandado de prisão na 36ª fase da Operação Lava Jato, acusado de lavagem de dinheiro, corrupção e de pertencer a organização criminosa. Na ocasião, o então juiz Sérgio Moro,titular da 13ª Vara Federal em Curitiba, determinou a prisão de Duran.

Na época, Tacla Duran já morava em Madri e foi preso na capital espanhola. O advogado chegou a ficar três meses preso e, em fevereiro de 2017, conseguiu liberdade provisória. Logo depois, em julho daquele ano, a Justiça espanhola rejeitou o pedido de extradição do cidadão para o Brasil.

Durante seus depoimentos à Lava Jato, Tacla Duran admitiu ter emprestado contas de empresas dele no exterior para movimentar recursos da Odebrecht em paraísos fiscais do Caribe.

Revogação de prisão expedida por Moro
Em fevereiro de 2023, Eduardo Appio assumiu a Vara responsável por julgar na 1ª instância casos da Lava Jato em Curitiba, capital paranaense.

Neste mês, o juiz atendeu a um pedido da defesa de Tacla Duran e revogou a ordem de prisão expedida por Moro contra o investigado. Agora, com a decisão, o advogado pode retornar ao Brasil sem ser preso.

Logo depois da revogação do pedido de prisão, o Tacla Duran foi intimado a depor. Na segunda-feira, 27, ele prestou um depoimento de forma remota e fez acusações contra o senador Sérgio Moro e o ddeputado federal Deltan Dallagnol.
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