Publicado 31/03/2023 21:11
São Paulo - As mais de mil búfalas resgatadas em situação de maus tratos em uma fazenda de Brotas, no interior de São Paulo, continuarão sob os cuidados da ONG Amor e Respeito Animal (ARA). A decisão foi dada nesta quinta-feira, 30, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
A corte paulista confirmou a sentença que já havia sido dada pela Justiça de Brotas, decretando o perdimento das búfalas pelo dono dos animais. Na época, a defesa entrou com recurso, julgado agora pelo TJ-SP. Ainda cabe recurso dessa nova decisão.
Em suas redes sociais, a ONG ARA comemorou a decisão do tribunal "Agradecemos o nosso jurídico que esteve presente na sessão de julgamento por todo o trabalho que tem sido feito desde novembro de 2021 na defesa e proteção de nossas meninas. E contamos com cada um de vocês para nos ajudar apadrinhando elas para que possamos dar a qualidade de vida que todas merecem. Agora, a manutenção delas é por nossa conta", postaram os dirigentes da ONG.
A ONG mantém campanhas na internet para obter recursos necessários para a alimentação e cuidados sanitários do rebanho. Uma das campanhas é no sentido de obter o apadrinhamento dos animais. Os gastos mensais chegam a R$ 150 mil.
Os padrinhos contribuem com valores a partir de R$ 50 por mês. Muitos voluntários que participaram do resgate ainda auxiliam na manutenção das búfalas que, embora estejam recuperadas, ainda sofrem com as sequelas deixadas pelo período de privação alimentar.
O resgate das búfalas de Brotas aconteceu em novembro de 2021, após a polícia ambiental encontrar cerca de mil animais em situação de abandono. Além de 22 búfalas mortas, foram encontradas dezenas de carcaças enterradas na fazenda.
O fazendeiro proprietário foi multado em R$ 4 milhões e, por duas vezes, foi preso sob a acusação de maus-tratos aos animais. Atualmente, ele responde ao processo em liberdade.
Na época, a ONG ARA, outras entidades de defesa dos animais e voluntários chegaram a montar um hospital de campanha para assistir às búfalas doentes. À Justiça, o pecuarista negou os maus-tratos e atribuiu a falta de pasto à forte estiagem que atingiu a região, o que levou alguns animais de idade avançada à morte. A reportagem entrou em contato com a defesa do pecuarista para comentar a decisão do TJ e ainda aguarda retorno.
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