Ciro Nogueira Divulgação/Marcos Correa
Publicado 09/04/2023 21:19 | Atualizado 09/04/2023 21:23
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Brasília - Alinhado ao bolsonarismo, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil, reagiu nas redes sociais à entrevista de Dirceu. Em entrevista, o ex-ministro da Casa Civil expôs uma proposta continuísta de poder do partido. Dirceu reforçou o caráter hegemônico do PT e gerou reações na oposição e entre apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Não permitiremos a implantação do Lulaquistão!", escreveu Nogueira no Twitter.
Um dos mais ativos deputados do bloco de oposição no Congresso, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) também repercutiu a entrevista do ex-ministro. "Estão à vontade para falar sobre o projeto de poder infinito que têm", afirmou o parlamentar ao Estadão. "Impunidade e conivência do Judiciário, somada à omissão do Legislativo, garantem ao PT a blindagem necessária para revelar em público o que sempre foi seu plano de dominação política."
Para o cientista político José Álvaro Moisés, a declaração de Dirceu "é uma coisa previsível". "Isso não pode ocorrer com uma força política desejando alcançar esse prolongamento da sua presença no governo através de métodos autoritários que eventualmente bloqueiem a oposição", observou. "Qualquer força política de esquerda, de direita ou centro, que se propõe a ficar mais tempo no governo, essa pretensão tem que respeitar absolutamente todas as regras."
Porta voz
Em conversas reservadas, petistas dizem que Dirceu não deve ser visto como um porta-voz do governo nem do partido, e reclamam que o ex-ministro criou uma agenda negativa às vésperas da viagem de Lula à China.
Apesar de não ter cargo no PT, Dirceu ainda é uma liderança influente na sigla e emplacou o filho, o deputado Zeca Dirceu, como líder do partido na Câmara. No aniversário de 43 anos do PT, em fevereiro, Lula o chamou ao palco e o agradeceu. No evento em Brasília também estavam outros ex-presidentes do PT.
A defesa que o ex-chefe da Casa Civil fez da reeleição de Lula em 2026 está em linha com a narrativa da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
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