PGR denunciou Moro ao STF por calúnia contra Gilmar MendesFabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Publicado 18/04/2023 10:20
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O senador e ex-juiz Sergio Moro (União) comentou na manhã desta terça-feira, 18, que achou estranha e repudia a "denúncia relâmpago" feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra ele. O órgão do Ministério Público Federal (MPF) pede a prisão do ex-ministro da Justiça devido a um vídeo onde ele teria acusado Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de vender habeas corpus.

"Tenho divergências sérias com o Min. Gilmar Mendes, mas nunca o acusei de crimes. O culpado pela ofensa ao Min. Gilmar é quem na sexta-feira editou e divulgou trechos do vídeo com malícia. Eu, da minha parte, nunca tive o vídeo. Acho estranha e repudio a denúncia relâmpago. Se a PGR tivesse me ouvido antes, explicaria tudo", escreveu Moro no Twitter.

O senador ainda explica o contexto do vídeo que viralizou na internet, onde ele aparece rindo e falando em "comprar um habeas corpus" do ministro do STF. "Brincava-se sobre 'cadeia' em festa junina na qual paga-se uma prenda para sair (atenção: não é crime pagar ou receber nesse caso). A não ser que a PGR queira dizer que acusei o Min. Gilmar de '"vender' 'habeas corpus' contra 'prisão' de festa junina, penso que a denúncia é absurda", justificou o ex-juiz.
Na gravação divulgada, Moro aparece rindo e responde a uma voz feminina: "Não, isso é fiança. Instituto para comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes" diz.

Denúncia da PGR
A PGR afirma que Moro imputou falsamente ao ministro o crime de corrupção passiva. A procuradoria reafirmou que o senador sabia que as declarações eram inverídicas.

“Ao atribuir falsamente a prática do crime de corrupção passiva ao Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Ferreira Mendes, o denunciado Sergio Fernando Moro agiu com a nítida intenção de macular a imagem e a honra objetiva do ofendido, tentando descredibilizar a sua atuação como magistrado da mais alta Corte do País”, afirma a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo.

O documento ressalta que Sérgio Moro ofendeu a honra de um ministro da Suprema Corte com idade superior a 60 anos.

A PGR ainda pede para que o STF condene Moro a prisão e que o senador perca o mandato caso a condenação seja superior a quatro anos, além de solicitar que o ex-juiz pague uma multa por danos morais.
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