Em entrevista, presidente confirmou que a discussão da reforma agrária vai atrasarMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 21/04/2023 17:32
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Brasília - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), afirmou que as últimas ocupações feitas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desagradaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em entrevista para a Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (21), o petista confirmou que a discussão da reforma agrária vai atrasar.

“Eles estão no mês da jornada da reforma agrária e achavam que nos iríamos ao encontro. Mas essas ocupações acabaram estressando demasiadamente”, explicou Teixeira.

“Nós organizamos para lançar em abril um plano nacional de reforma agrária. Mas quando aconteceu a ocupação de Alagoas [na sede do Incra no Estado], aquilo estressou muito a nossa relação. Depois, teve a ocupação da Embrapa e a reiteração da ocupação da Suzano estressou demais. O plano já estava na mesa dele [Lula]“, acrescentou.

No domingo (16), o movimento ocupou uma área que pertence à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que fica na cidade de Petrolina, em Pernambuco. O MST também fez ações nas sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) do Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais.

O ministro Alexandre Padilha condenou as ocupações. "Eu condeno qualquer ato que danifique processos produtivos, áreas produtivas. Não é a melhor forma de lutar por qualquer coisa. Condeno qualquer atitude que possa atrapalhar a produção", falou Padilha, nesta semana, na Câmara dos Deputados durante reunião com lideranças de partidos que fazem parte da base governista.

O movimento conversou com lideranças do governo e desocupou as sedes da Embrapa e também áreas de Suzano após fazer um acordo. Teixeira relatou que, a partir de agora, as conversas poderão ser retomadas.

Abril Vermelho
O MST fez uma série de ações pelo país para comemorar a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária. O mês de abril, chamado de “Vermelho”, foi escolhido porque há 27 anos ocorreu o massacre de Eldorado dos Carajás em 1996. Na ocasião, 21 trabalhadores sem terra foram assassinatos pela Polícia Militar.
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