Bento Albuquerque deixou de ser testemunha e passou à cndição de investigado no caso das joias Marcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 25/04/2023 16:40
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O ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque passou da condição de testemunha para investigado pela Polícia Federal no caso das joias árabes presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação é da CNN Brasil.

Albuquerque foi quem recebeu o primeiro pacote de joias do governo da Arábia Saudita em 2019. Os bens estavam em uma mochila com o assessor do ex-ministro e foram apreendidas pela Receita Federal.
O ex-ministro até tentou reaver as joias usando o cargo, mas não obteve sucesso. Na época, ele afirmou que os bens seriam destinados ao acervo da presidência da República.

Com base em 13 depoimentos e documentos apreendidos, a PF acredita que o ex-ministro tem participação na tentativa de entrar com as joias ilegalmente no Brasil. Para os investigadores, Albuquerque sabia que os materiais seriam destinados para uso pessoal de Bolsonaro.

Em depoimento, Bento Albuquerque negou saber que os presentes se tratava de pacotes de joias, contrariando o que disse ao jornal O Estado de S. Paulo, ao qual admitiu acreditar que o primeiro kit de joias, com colar e par de brincos, seria destinado à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

À PF, o ex-ministro ainda afirmou que não houve direcionamento sobre a entrega dos presentes. Ele ressaltou acreditar que os bens seriam destinados ao acervo da União.

Entenda o caso
Segundo uma reportagem de "O Estado de S. Paulo", Jair Bolsonaro teria recebido ao menos três pacotes de presentes da Arábia Saudita. Os bens teriam sido entregues em viagens ao Oriente Médio entre 2019 e 2021.
O primeiro pacote de joias, avaliado em R$ 16,5 milhões, foram entregues pelo governo árabe para Michelle Bolsonaro. Entre os presentes, estavam um anel, colar, relógio e brincos de diamantes.

Entretanto, ao chegar ao país, as peças foram aprendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, então ministro de Minas e Energia. Ele ainda tentou usar o cargo para liberar os diamantes, entretanto, não conseguiu reavê-los, já que no Brasil a lei determina que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado.

Diante do fato, o governo Bolsonaro teria tentado quatro vezes recuperar as joias, por meio dos ministérios da Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores. O então presidente chegou a enviar ofício à Receita Federal, solicitando que as joias fossem destinadas à Presidência da República.

Na última tentativa, três dias antes de deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar até Guarulhos. Ele teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
O segundo pacote de joias doadas pelo governo da Arábia Saudita foi incorporado no acervo pessoal de Jair Bolsonaro. O estojo com relógios, peças para paletós e outros artigos masculinos tem valor estimado em R$ 400 mil.

A defesa do ex-presidente devolveu as peças após uma determinação do TCU. Os bens estão em um cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília.
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