Publicado 30/04/2023 09:57
O serralheiro Wellington Luiz da Silva, de 34 anos, empinava pipa com o sobrinho na rua, em Caieiras, São Paulo, quando foi agredido e ameaçado por um homem armado. O agressor, branco e desconhecido por Wellington, parou o carro próximo à esquina, desceu do veículo, afirmou ser policial e mandou que ele encostasse na parede.
O caso aconteceu no último domingo, 23, e a ação durou cerca de 20 minutos. Segundo a vítima, o homem ainda deu um tiro em direção à perna do serralheiro, mas acabou acertando a parede. O agressor também chegou a bater em suas costas com a arma. "Ele tirou meu boné e disse para eu virar para a parede (...) falava: 'Não olha para mim, olha para a parede' (...) Aí eu comecei a chorar, e ele disse: 'Não chora, senão eu te mato", disse Wellington em entrevista ao portal 'G1'.
Os familiares de Wellington, que estavam na rua, acompanharam toda a abordagem. Ele conta que eles não interferiram porque o agressor estava armado, mas decidiram gravar toda a ação quando perceberam que o serralheiro estava sendo maltratado. De acordo com a vítima, o agressor também ameaçou o seu amigo que estava ao lado. Disse para que ele não fizesse nada, "ou mataria os dois".
O serralheiro conta que o homem pensou que ele fosse haitiano e acredita que foi vítima de racismo. "Ele perguntava se eu era do Haiti e dizia: 'Estamos em guerra. Eu vou te matar'. (...) Para mim, ele é racista e não gosta da minha cor", lamentou.
Apesar de não ter nenhum problema com a Justiça, Wellington relata que já sofreu outras abordagens policiais, mas nunca havia vivenciado uma situação como essa. Ele ainda ressalta que teve medo de morrer, pois o agressor se mostrava muito alterado e agressivo.
"Para mim, eu estava morto. Na hora que ele foi embora eu nem vi, e aí um menino que me disse, pode ir, ele já foi embora", desabafou o serralheiro.
"Para mim, eu estava morto. Na hora que ele foi embora eu nem vi, e aí um menino que me disse, pode ir, ele já foi embora", desabafou o serralheiro.
Após o ocorrido, Wellington diz estar com medo de sair de casa com receio de que o agressor volte. Por causa disso, registrou um boletim de ocorrência e espera que o homem possa ser localizado.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que o caso foi registrado como "disparo de arma de fogo, ameaça e lesão corporal no 1º Distrito Policial de Caieiras, onde foi "instaurado inquérito policial para o esclarecimento dos fatos".
A corporação recebeu informações sobre o número da placa do carro em que o agressor estava. Com essa informação, foi possível identificar e apresentar uma fotografia à vítima, que o reconheceu o autor dos disparos.
A advogada responsável por prestar apoio jurídico a Wellington e seus familiares disse que o homem atua no sistema prisional, como agente penitenciário. Em nota, a SSP informou que a polícia atua para a localização do autor.
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