Advogado Rodrigo Tacla Duran, acusado de lavagem de dinheiro pela Operação Lava JatoReprodução
Publicado 10/05/2023 09:34 | Atualizado 10/05/2023 09:38
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Durante um depoimento ao juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, nesta terça-feira, 9, o advogado Rodrigo Tacla Duran afirmou que Carlos Fernando dos Santos Lima, ex-procurador da República, recebeu propina para que doleiros não fossem processados pela na Operação Lava Jato. As informações são do colunista Chico Alves, do 'Uol'.

Tacla Duran que, atualmente, mora na Espanha, apontou que o doleiro chinês naturalizado brasileiro Wu Yu-Sheng chegou a pagar cerca de 500 mil dólares a advogados que participavam do esquema que burlavam as investigações. Com isso, Yu-Sheng não foi processado em Curitiba.
"Essa proteção era praticada mediante a cobrança de uma taxa, para que o doutor Carlos Fernando se comprometesse a não-persecução penal desses doleiros que participavam da mesada, entre eles o Wu", disse Tacla Duran na audiência on-line feita por videoconferência. "Ele passou a ajudar a pagar esse valor todo mês, por muito tempo", acrescentou.

O ex-procurador da República apontado por Tacla Duran atuou durante quatro anos na força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que protagonizou uma das maiores operações já feitas no país.

Todas as informações repassadas por Duran e dados fornecidos sobre as contas bancárias em que teriam ocorrido supostas movimentações de propinas foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Com isso, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba pretende realizar a abertura de uma investigação para apurar o caso.

Tacla prestou depoimento como testemunha após ser indicado pelo ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que responde a um processo depois de uma denúncia feita pelo deputado federal Deltan Dallagnol.

Ainda segundo Duran, que, em 2016, trabalhava para a empreiteira Odebrecht, na época, executivos da empresa relataram que eram "forçados e humilhados a delatar" à Lava Jato. "Alguns não tinham o que delatar, na verdade, e foram forçados a não serem presos", disse.
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