Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar MendesDivulgação / STF
Publicado 16/05/2023 11:54 | Atualizado 16/05/2023 11:56
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira, 15, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) “sonhava” com episódios como os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Não tenho nenhuma dúvida, embora tenha dialogado várias vezes com Bolsonaro, que, no fundo, ele sonhava com episódios como esse”, disse o ministro em entrevista ao 'Jornal da Record'.
Mendes mencionou os atos de 7 de setembro de 2021, quando Bolsonaro convocou atos antidemocráticos durante a pandemia de Covid-19, atacou a Corte e ameaçou o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
"Acompanhei especialmente o 7 de setembro de 2021, que tivemos uma tentativa de avanço de caminhões além do Itamaraty e rumo ao STF. Havia, no núcleo do poder, esse tipo de expectativa, de que teríamos uma desordem institucional que reclamaria à GLO (Garantia da Lei e da Ordem)”, afirmou o magistrado.
Para Gilmar, o governo Bolsonaro passou a “vilanizar” a Corte. “Os seus seguidores passaram a dizer que o governo Bolsonaro não fez uma política de saúde adequada porque o Supremo não deixou. Isso é um absurdo. Que política de saúde nós estávamos a falar? Cloroquina é uma tese de contaminação geral", disse.
Na época, existiam acusações de que os ministros estavam sendo "ativistas" quando decidiram por deixar que Estados e municípios tivessem autonomia para determinar isolamento e pela obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus.
“Que ativismo nós estamos falando? O governo reclamou muito da intervenção do Supremo na Saúde. Do que se tratou? O Supremo facilitou a edição de medidas provisórias, portanto, o Congresso pode votar medidas provisórias mesmo de longe, mas para dar viabilidade para o próprio sistema. Houve então aquela pendência sobre a possibilidade de Estados e municípios definirem as medidas a serem adotadas, e aquilo dependia só da União. Era uma situação muito cara para Estados e municípios”, disse Gilmar.
E completou: “O ministro Lewandowski deu uma liminar mandando que começasse a vacinação. Até a vacinação no Brasil, que é tradição, só começou com ordem do Supremo. Se estamos falando de ativismo, bendito ativismo”, afirmou Gilmar Mendes.
O ministro ainda afirmou que, para ele, o pior ministro da Saúde do Brasil foi Eduardo Pazuello. Ele permaneceu no comando da pasta por dez meses. Foi Pazuello que liberou o uso da hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento da COVID-19, medicamentos estes que não tem eficácia contra a doença.
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