Ex-assessora diz que Hasselmann também cometia assédio moralValter Campanato/Agência Brasil
Publicado 24/05/2023 16:41
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Brasília - A ex-deputada federal, Joice Hasselmann, está sendo acusada no Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP), de usar o salário de uma ex-assessora para pagar gastos pessoais. Juliana Christine Pereira Bejes diz que a ex-parlamentar fazia ela usar o salário para o pagamento de combustível do carro, faculdade e até ração dos gatos da filha.
Bejes diz que trabalhou para Hasselmann durante um ano e oito meses, período em que afirma que recebeu apenas dois salários. Segundo ela, os demais tiveram que ser entregues à ex-deputada, incluindo o auxílio-creche que recebia. Ao todo, Bejes diz que repassava cerca de R$ 13,5 mil.
Além de acusar a ex-chefe de "rachadinha", a ex-assessora diz que Hasselmann cometia assédio moral contra ela, afirmando por diversas vezes saiu do trabalho chorando. Ela diz que a ex-deputada a chamava de burra, tonta e incompetente.
A denúncia foi entregue no MPF-SP. Bejes apresentou recibos, faturas do cartão de crédito e extratos de PIX para comprovar a sua versão dos fatos.
Bejes diz à acusação que a forma como retornava o salário era através do pagamento de despesas pessoais da ex-deputada, ao qual ela pedia fotos dos comprovantes fiscais para depois pedir reembolso para a Câmara dos Deputados.
A ex-assessora enviou ao jornal Folha de S.Paulo alguns documentos e mensagens que corroboram com sua versão. Dentre elas está uma mensagem recebida da ex-parlamentar, ao qual é chamada de "fdp" por não ter depositado uma quantia aguardada por Joice.
Juliana e o marido trabalharam para Joice quando houve eleição para a Câmara, preenchendo duas vagas na assessoria parlamentar em São Paulo. Ela iniciou os servições em abril de 2021, enquanto seu marido em junho do mesmo ano. Ela explica que a partir deste momento, ela devolveu todos os salários que havia recebido, vivendo apenas com o salário do marido. Os documentos apresentados por Bejes constam no sistema de cotas parlamentar da Câmara.
A ex-assessora diz que foi coagida a ser candidata a deputada estadual, em uma dobradinha com a parlamentar, mas que houve problemas na filiação com o PSDB. Ela diz que Joice ficou revoltada com a situação, dizendo que o objetivo era fazer uma candidatura feminina para conseguir mais dinheiro pela fundo partidário, pagando a própria campanha de reeleição.
Além disso, Bejes diz que era obrigada a fazer limpeza no apartamento da ex-deputada, buscar o marido no aeroporto, fazer supermercado para o casal, lavar à mão as roupas da ex-parlamentar, levar o carro na oficina e até emprestar o próprio carro, ficando a pé.
O MPF diz que recebeu a denúncia, e que segue analisando os dados para ver quais medidas serão adotadas no caso.
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